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Saúde dos cascos: fundamento essencial para o bem-estar e desempenho dos cavalos

Importância dos cascos para o cavalo

Os cascos são estruturas vitais para o bem-estar, longevidade e performance atlética dos equinos. Responsáveis por suportar o peso do animal e amortecer os impactos das passadas, eles garantem estabilidade, equilíbrio e mobilidade. Embora sejam comparados a um “sapato natural”, exigem manejo técnico cuidadoso e atenção constante.

Cuidado prioritário no manejo equino

Segundo a médica-veterinária Camila Senna, coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal, o cuidado com os cascos deve ser prioridade em qualquer sistema de manejo. “Mesmo com boa alimentação e treinamento, cascos comprometidos afetam todo o sistema locomotor, prejudicando a performance e a qualidade de vida do cavalo”, alerta.

Estrutura e função dos cascos

Os cascos são formados por várias partes — parede, sola, ranilha e linha branca — que atuam em conjunto para sustentar o peso, absorver impactos, proporcionar tração e proteger tecidos internos como falanges e vasos sanguíneos. Pequenos desequilíbrios podem gerar consequências biomecânicas sérias.

Impactos do desgaste e angulação incorretos

Desgaste irregular ou angulação errada faz o cavalo compensar o movimento, sobrecarregando tendões, ligamentos e articulações, o que pode levar a lesões degenerativas e claudicações irreversíveis, explica Camila.

Principais doenças que afetam os cascos
  • Laminite: inflamação da lâmina sensível do casco, dolorosa e debilitante, relacionada a fatores metabólicos, mecânicos ou tóxicos. Em casos graves, pode causar afundamento ou rotação da terceira falange, exigindo tratamento intensivo.
  • Doença da linha branca: infecção por fungos ou bactérias que compromete a junção entre a parede e a sola do casco, podendo causar descolamento e colapso.
  • Abscessos subsolares: infecções internas causadas pela entrada de corpos estranhos ou umidade, que geram dor aguda e súbita.
  • Rachaduras e fissuras: comuns em pisos abrasivos ou ambientes com umidade e secura extremas, podem evoluir para infecções ou prejudicar o equilíbrio do apoio.
  • Cascos quebradiços: resultado de deficiências nutricionais, genética ou condições ambientais, dificultam o suporte às ferraduras e aumentam o risco de fraturas.
Prevenção e manejo correto

A prevenção envolve limpeza diária, casqueamento técnico a cada 30 a 45 dias, observação constante de alterações e controle do ambiente. Solos muito úmidos favorecem infecções; solos secos podem causar fissuras. A suplementação nutricional com biotina, metionina e zinco também fortalece a resistência e elasticidade do casco.

A importância do casqueamento técnico

“O casqueamento é uma intervenção funcional, não estética. Um erro mínimo na sola pode alterar toda a angulação do membro, causando sobrecarga interna”, ressalta Camila.

Integração entre veterinário e ferrador

O trabalho conjunto entre médico-veterinário e ferrador é fundamental para decisões assertivas sobre correções posturais, ferraduras terapêuticas e ajustes no casco, especialmente em animais com histórico de laminite ou uso intenso. Camila reforça: “A resposta a sinais de dor ou claudicação deve ser rápida e integrada para garantir o sucesso da recuperação.”

Saúde dos cascos como base da qualidade de vida equina

Mais do que manutenção básica, cuidar dos cascos é garantir a base estrutural da locomoção e performance do cavalo. Atenção contínua, prevenção eficaz e profissionais capacitados são essenciais para que essa base se mantenha forte ao longo da vida do animal.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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