SES institui a Semana de Apoio à Amamentação Indígena no Agosto Dourado

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A mobilização reforça que a amamentação é essencial para assegurar a saúde, a segurança alimentar e o bem-estar de mães e crianças Crédito - Andressa Anholete | Getty Images

A Secretaria de Estado de Saúde (SES), os Distritos Sanitários Especiais Indígenas de Mato Grosso (Dsei Araguaia, Cuiabá, Kayapó, Xavante e Xingu) e um do Pará (Dsei Kayapó) vão celebrar, pela primeira vez, a Semana de Apoio à Amamentação Indígena.

Realizada entre os dias 8 e 14 de agosto, a mobilização reforça que a amamentação é essencial para assegurar a saúde, a segurança alimentar e o bem-estar de mães e crianças.

A ideia é que a semana seja comemorada anualmente e incluída na agenda oficial do Agosto Dourado em Mato Grosso, com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância da amamentação e atuar como referência para as secretarias de saúde e os Distritos Sanitários Especiais Indígenas de outros Estados. Deverão ser realizadas rodas de conversa, encontros e oficinas entre mulheres indígenas, parteiras tradicionais, profissionais de saúde e gestores públicos.

O lançamento da Semana de Apoio à Amamentação Indígena será na Aldeia Nossa Senhora de Fátima, da etnia Xavante, na terra indígena São Marcos, a 130 km de Barra do Garças, no dia 8 de agosto.

Segundo a coordenadora de Promoção e Humanização da Saúde, Rosiene Pires, a criação da Semana de Apoio à Amamentação Indígena é uma importante estratégia de saúde pública, valorização cultural e compromisso do Estado de Mato Grosso com os direitos constitucionais dos povos originários.

“A iniciativa tem o objetivo de fortalecer as práticas tradicionais de cuidado e alimentação dos povos indígenas, incentivar a amamentação e, ao mesmo tempo, promover a formação permanente de profissionais de saúde que atuam em contextos indígenas”, afirmou.

De acordo com o técnico responsável pela área da Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, e Alimentação Complementar Saudável da SES, Rodrigo Carvalho, alguns povos indígenas enfrentam desafios que podem dificultar a amamentação, como o acesso desigual aos serviços públicos de saúde, influências negativas que valorizam o consumo de produtos ultraprocessados em detrimento aos saberes alimentares tradicionais, entre outros fatores.

“Sabe-se que algumas comunidades indígenas enfrentam altas taxas de desnutrição infantil, baixo peso ao nascer e mortalidade evitável. Esses indicadores podem estar relacionados ao desmame precoce, ao crescente consumo de alimentos ultraprocessados, que dificulta a aceitação de alimentos saudáveis e tradicionais, sendo necessário e urgente a implementação de estratégias voltadas à alimentação infantil e sensíveis às diferentes realidades vividas por esses povos”, explicou.

Conforme a nutricionista da Área Técnica de Vigilância Alimentar e Nutricional do Dsei Xavante, Letícia Barbosa, a Semana de Apoio à Amamentação Indígena trará importante contribuição à promoção da equidade em saúde e à segurança alimentar e nutricional, reduzindo iniquidades e valorizando as culturas tradicionais indígenas.

“Reafirmamos o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e o direito à saúde como um dever do Estado e um direito de todos”, asseverou.

O projeto prevê ainda parcerias com organizações indígenas e movimentos sociais, além da articulação com órgãos como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), os Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi), e as Secretarias Municipais de Saúde, para implementar as ações da semana de maneira integrada e com participação ativa dos povos indígenas.

Fonte: Governo MT – MT