Leves perdas marcam a quarta-feira em Chicago após alta na véspera
Os preços da soja operam com ligeiras baixas nesta quarta-feira (18) na Bolsa de Chicago (CBOT), devolvendo os ganhos registrados na sessão anterior. Por volta das 7h20 (horário de Brasília), os contratos recuavam entre 0,75 e 1 ponto, com o vencimento julho cotado a US$ 10,73 e o de setembro a US$ 10,59 por bushel.
O mercado segue instável diante de um cenário geopolítico tenso, que tem impactado diversas commodities, especialmente o petróleo. Além disso, os investidores monitoram os fundamentos do setor e a volatilidade dos derivados da soja. Nesta manhã, tanto o farelo quanto o óleo de soja apresentavam leves altas nos contratos mais negociados na CBOT.
Alta na terça-feira foi impulsionada por clima nos EUA
Na terça-feira (17), a soja fechou em alta na Bolsa de Chicago, influenciada por um leve atraso no plantio e pela piora nas condições das lavouras norte-americanas. O contrato de julho subiu 0,40% (US$ 4,25), encerrando a US$ 10,74 por bushel. O vencimento de agosto avançou 0,42% (US$ 4,50), cotado a US$ 10,76.
O farelo de soja para julho teve valorização de 0,49% (US$ 1,4), fechando em US$ 285,10 por tonelada curta. Já o óleo de soja recuou 0,58% (US$ 0,32), para US$ 54,79 por libra-peso.
Segundo a TF Agroeconômica, a alta foi sustentada pela redução, de 68% para 66%, na avaliação do USDA sobre lavouras em boas ou excelentes condições, abaixo da expectativa do mercado (68%) e dos 70% registrados no mesmo período de 2024. O ritmo do plantio também ficou aquém do esperado, com 93% da área semeada, frente a uma projeção de 95%.
Outro fator de suporte foi a venda adicional de 120 mil toneladas de farelo de soja. Essa movimentação compensou parcialmente a realização de lucros no óleo de soja, que vinha acumulando ganhos desde o início do conflito entre Israel e Irã, impulsionado ainda pelo aumento do uso de biodiesel nos EUA.
Mercado acompanha clima nos EUA e impacto das chuvas nas lavouras
As perspectivas para os próximos dias seguem dependentes das atualizações climáticas e de novas informações do USDA, além do contexto geopolítico global. Esses fatores continuam a influenciar diretamente a volatilidade dos preços da soja e de seus derivados.
Brasil avança na colheita e enfrenta desafios logísticos
Com a colheita encerrada em importantes estados produtores, o Brasil agora se depara com desafios relacionados à comercialização e à logística, especialmente diante da infraestrutura limitada em algumas regiões.
Rio Grande do Sul retoma negociações com foco nos preços futuros
O Rio Grande do Sul voltou a registrar movimentações mais consistentes na comercialização da soja. Conforme a TF Agroeconômica, os preços para entrega em julho variam entre R$ 134,50 (entrega de 20/06 a 10/07) e R$ 138,30 (entrega entre 15/07 e 30/07). Para agosto, as cotações sobem para R$ 143,50 com pagamento previsto para 29/08.
Santa Catarina finaliza colheita e projeta safra de inverno robusta
O estado concluiu a colheita da soja e já concentra esforços na próxima safra de inverno, com destaque para a cevada. Apesar da falta de informações atualizadas sobre fretes e armazenagem, o crescimento projetado demanda atenção à infraestrutura logística. No porto de São Francisco, a soja é cotada a R$ 134,06 por saca.
Paraná aposta em logística para manter competitividade
O Paraná também finalizou sua colheita e se volta para soluções logísticas que reduzam a pressão sobre o setor. Os preços da soja no estado variam:
- Paranaguá: R$ 133,28
- Cascavel: R$ 119,22
- Maringá: R$ 121,44
- Ponta Grossa: R$ 119,47 (FOB) e R$ 130,00 (balcão)
- Pato Branco: R$ 134,26
Mato Grosso do Sul enfrenta gargalos e prioriza armazenagem
Sem uma rede eficiente de estoques e estrutura de armazenagem, produtores sul-mato-grossenses têm mais dificuldade para negociar com boas margens. Os preços no estado são:
- Dourados, Campo Grande, Maracaju, Sidrolândia: R$ 117,30
- Chapadão do Sul: R$ 113,59 (alta de 1,40%)
Mato Grosso sofre com déficit de armazenagem
No Mato Grosso, a situação também é desafiadora. Os preços praticados nas principais praças produtoras refletem esse cenário:
- Campo Verde e Primavera do Leste: R$ 112,89
- Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso: R$ 110,03
O mercado da soja atravessa um momento de grande volatilidade, com influência direta de fatores climáticos nos EUA e do cenário geopolítico. Enquanto isso, no Brasil, a colheita avança para a etapa de comercialização, enfrentando entraves logísticos e desafios estruturais. A atenção ao clima nas lavouras americanas e às soluções de escoamento interno serão cruciais para o equilíbrio do mercado nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio