Cotações operam estáveis nesta segunda-feira (23)
O mercado da soja abriu a semana operando de forma estável na Bolsa de Chicago, com os contratos recuando entre 0,50 e 2,25 pontos por volta das 8h02 (horário de Brasília). O vencimento de julho era negociado a US$ 10,67 por bushel, enquanto o contrato de setembro estava cotado a US$ 10,52 por bushel.
A estabilidade reflete a postura cautelosa dos investidores, que monitoram de perto os desdobramentos do conflito no Oriente Médio. A recente escalada entre Israel e Irã, com envolvimento dos Estados Unidos, elevou as incertezas geopolíticas. O foco está agora no estreito de Ormuz, ponto estratégico para o transporte de petróleo. Apesar de o Parlamento iraniano ter aprovado o fechamento do canal, a China pediu que a medida não fosse implementada.
Segundo Ginaldo Sousa, diretor-geral do Grupo Labhoro, os navios seguem circulando normalmente, mas há preocupações de que o Irã possa reduzir ou interromper o tráfego à medida que as tensões aumentam. “No caso de interrupção do fornecimento de petróleo, os países mais prejudicados serão China e Índia”, destacou.
Alta do petróleo impulsiona óleo de soja
A valorização do petróleo – que subiu mais de 1% nesta segunda-feira – também impacta os preços do óleo de soja, que apresentaram avanços nos contratos futuros. Essa alta no mercado de energia dá suporte adicional às cotações da soja em grão.
Clima nos EUA segue no radar dos traders
Do lado dos fundamentos, o clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos continua sendo acompanhado de perto. A nova safra norte-americana está se desenvolvendo sem grandes ameaças, mas o mercado mantém atenção redobrada. O fim de semana foi marcado por tempo seco em boa parte da região, dentro das expectativas. Para os próximos 10 dias, a previsão indica chuvas abaixo da média e temperaturas acima do normal no cinturão do milho (Corn Belt), o que pode influenciar o andamento das lavouras.
O mercado também se posiciona à espera do novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), previsto para 30 de junho, com estimativas atualizadas de área plantada para a safra 2025/26.
Encerramento da semana foi de baixa para a soja
Na última sexta-feira, o contrato de soja para julho caiu 0,63% (US$ -6,75 cents/bushel), fechando a US$ 10,68 por bushel. O contrato de agosto recuou 0,49% (US$ -5,25 cents/bushel), encerrando a US$ 10,71 por bushel.
O movimento de baixa se estendeu a todo o complexo de grãos negociado na CBOT, impulsionado por uma realização de lucros após o feriado nos Estados Unidos e pelas boas condições climáticas para as lavouras. O início oficial do verão no país também reforçou o viés de venda por parte dos operadores.
Mercado externo limita competitividade da soja norte-americana
Mesmo com uma leve recuperação nas vendas semanais para exportação, a ausência de grandes compras da China segue como fator de atenção. Embora as importações chinesas de soja dos Estados Unidos tenham crescido 28,3% em maio na comparação anual (totalizando 1,63 milhão de toneladas), elas representaram apenas 11,7% do total adquirido pela China no mês. O destaque ficou para as compras chinesas de soja brasileira, que subiram 37,5% no mesmo período, atingindo 12,1 milhões de toneladas – um volume que restringe a competitividade do grão norte-americano.
Balanço semanal: estabilidade para o grão, queda no farelo e alta no óleo
Na comparação semanal, a soja fechou praticamente estável em Chicago, com leve recuo de 0,16% (US$ -1,75 cents/bushel). O farelo de soja acumulou perda mais expressiva de 2,67% (US$ -7,8/ton curta). Em contrapartida, o óleo de soja contrariou o movimento de baixa e registrou alta de 7,63% (US$ +3,86/libra-peso), sustentado por fatores específicos de oferta e demanda no mercado de óleos vegetais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio