A possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz, região estratégica para o comércio internacional, acendeu o sinal de alerta no Brasil, especialmente para o setor de carnes. A preocupação gira em torno dos impactos econômicos e jurídicos que a medida pode gerar nas exportações brasileiras, sobretudo para países do Oriente Médio.
Resolução iraniana gera incertezas no comércio internacional
A tensão aumentou após o Parlamento do Irã aprovar, no último domingo (22/6), uma resolução que autoriza o bloqueio do Estreito de Ormuz. Embora o Conselho de Segurança Nacional iraniano ainda não tenha tomado a decisão final, especialistas já analisam os possíveis desdobramentos da medida, que podem afetar diretamente o Brasil.
Exportações de carne ao Oriente Médio estão sob risco
Segundo Frederico Favacho, sócio do escritório Santos Neto Advogados e especialista em contratos internacionais no agronegócio, a principal preocupação está nas exportações brasileiras de carne. “O Brasil mantém relações comerciais relevantes com países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que podem ser diretamente impactadas pela instabilidade na região”, afirma o especialista.
O Estreito de Ormuz é uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, ligando o Golfo Pérsico ao mar de Omã e ao oceano Índico. A região é essencial para o escoamento de petróleo, gás natural e outras mercadorias, incluindo alimentos e commodities.
Setor de óleo e gás também observa possíveis impactos indiretos
Embora o Brasil não seja um grande exportador de petróleo bruto por essa rota específica, os efeitos indiretos são inevitáveis. De acordo com Favacho, a Ásia seria a mais afetada por eventuais bloqueios, mas o Brasil também poderá sentir os reflexos. “A volatilidade do mercado e a interrupção no fornecimento de outras commodities tendem a gerar impactos econômicos relevantes”, explica.
A rota é responsável por cerca de 20% do transporte mundial de petróleo e por boa parte do gás natural liquefeito exportado pelo Catar. Além dos combustíveis, o estreito é fundamental para o trânsito global de matérias-primas como café, soja, minério de ferro e, claro, carne bovina — produtos que compõem parte importante da pauta de exportações brasileiras.
Cenário exige atenção e estratégia para minimizar riscos
Diante do cenário de incerteza, especialistas recomendam atenção redobrada do setor exportador brasileiro, especialmente das empresas que mantêm relações comerciais com o Oriente Médio. A instabilidade no Estreito de Ormuz, além de representar risco geopolítico, pode interferir nas cadeias logísticas e comprometer contratos internacionais.
A expectativa agora gira em torno da decisão final do Conselho de Segurança Nacional do Irã e das possíveis reações da comunidade internacional frente à movimentação estratégica no Golfo Pérsico.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio