Variações de temperatura elevam risco de Iridovírus na criação de tilápias e reforçam importância da biossegurança

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Mudanças climáticas aumentam vulnerabilidade da tilapicultura a doenças virais

Com a chegada do inverno e as variações bruscas de temperatura, a tilapicultura enfrenta novos desafios sanitários. A queda nos níveis de oxigênio na água e o estresse causado pelas mudanças climáticas comprometem a imunidade das tilápias, facilitando a proliferação do Iridovírus (ISKNV), doença altamente contagiosa e letal que ameaça principalmente alevinos e juvenis.

Iridovírus: impacto e transmissão

O Iridovírus pode causar mortalidade superior a 70% nos estágios iniciais da tilápia, além de gerar impactos significativos na produção. A dificuldade no diagnóstico, devido à semelhança dos sintomas com outras doenças bacterianas, torna o controle ainda mais complexo. A transmissão ocorre tanto por via horizontal, via água contaminada e contato entre peixes, quanto por via vertical, de reprodutores para a prole, exigindo medidas rigorosas em toda a cadeia produtiva.

Desafios trazidos pela instabilidade climática

Segundo Talita Morgenstern, coordenadora técnica da MSD Saúde Animal para Aquicultura, a instabilidade ambiental trazida pela transição climática provoca estresse fisiológico nos peixes e diminui a eficácia das práticas de biossegurança. Ambientes instáveis favorecem a replicação viral e prolongam a sobrevivência de agentes infecciosos na água, dificultando o manejo e controle sanitário.

Medidas recomendadas para prevenção e controle do Iridovírus

Para ajudar produtores a protegerem seus plantéis, Talita destaca algumas ações fundamentais:

  • Evitar a entrada de peixes ou alevinos sem histórico sanitário claro e manter equipamentos desinfetados com produtos adequados, como o Omnicide Aqua.
  • Realizar testes de PCR em todo o plantel para identificar precocemente a presença do vírus e adotar medidas imediatas de controle.
  • Monitorar parâmetros ambientais, como temperatura, pH e oxigênio dissolvido, e utilizar biorremediadores, como o PondPlus, para melhorar a qualidade da água.
  • Fazer a coleta diária dos peixes mortos e garantir o descarte correto para evitar a disseminação do vírus.
  • Aplicar vacinação com produtos específicos, como o Aquavac Irido V, somente em peixes saudáveis e livres de patógenos comprovados.
Garantia da sustentabilidade e produtividade da tilapicultura

A implementação dessas práticas não só protege a criação contra o Iridovírus, mas também fortalece a sustentabilidade do setor frente aos desafios ambientais atuais. Com biossegurança reforçada e manejo adequado, os produtores podem reduzir perdas e garantir a continuidade da produção de tilápias de forma segura.

[Fonte: Primeiro relato do Vírus da Necrose Infectiosa do Baço e Rim (ISKNV) em tilápias do Nilo no Brasil — Henrique César Pereira Figueiredo et al.]

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio