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Vendas de Diesel B sobem 3% no início de 2025; maior mistura de biodiesel limita avanço do Diesel A

Entre janeiro e abril de 2025, a demanda por diesel A — o óleo diesel puro — avançou 2,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 18,86 milhões de metros cúbicos.

Segundo a consultoria StoneX, esse crescimento mais contido em relação ao diesel B foi influenciado pelo aumento da proporção de biodiesel na mistura, que passou a vigorar com B14 (14% de biodiesel) já em janeiro deste ano. Em 2024, a mistura B14 foi implementada apenas a partir de março, enquanto o B12 predominou nos dois primeiros meses.

Importações de diesel disparam 21% com queda na produção interna

No mesmo período, as internalizações de diesel somaram 6,62 milhões de m³, uma alta de 21% frente ao início de 2024. O crescimento reflete tanto o aumento da demanda doméstica quanto uma maior competitividade do mercado internacional.

“A janela de importações se abriu entre fevereiro e abril, impulsionada por ajustes nos preços da Petrobras que reduziram a diferença entre o valor do combustível no Brasil e no exterior”, explica Bruno Cordeiro Santos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Além disso, a queda na produção nacional de diesel contribuiu para esse cenário. Dados da ANP apontam que, entre janeiro e abril, a oferta pelas refinarias brasileiras caiu 4,5%, somando 14,83 milhões de m³. As unidades priorizaram a fabricação de outros derivados, como gasolina e nafta.

Como resultado, a participação do diesel importado na oferta nacional subiu de 26,1% para 30,9%.

Diesel B atinge recorde no primeiro quadrimestre, apesar de recuo em abril

As vendas de diesel B — que contém biodiesel na mistura — totalizaram 21,5 milhões de m³ entre janeiro e abril de 2025, alta de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse é o maior volume da série histórica para o quadrimestre, impulsionado por uma safra de soja robusta e pela continuidade do bom desempenho industrial no país.

Em abril, no entanto, houve desaceleração nas vendas. O volume caiu 4% em relação a março e 3,6% na comparação com abril de 2024. A retração foi associada ao encerramento da colheita da soja, conforme já antecipado pela StoneX.

Demanda por diesel B deve seguir aquecida nos próximos meses

Para os próximos trimestres, a consultoria projeta uma demanda aquecida por diesel B, influenciada pelo aumento das importações de fertilizantes e pela colheita do milho safrinha.

“Com esse cenário, mantemos a projeção de crescimento de 3% no consumo de diesel B em 2025, com estimativa de 69,3 milhões de m³ no ano”, afirma Bruno Santos.

A perspectiva de avanço do PIB brasileiro, estimado em 2,18% para 2025 segundo o Boletim Focus, reforça o cenário de expansão, podendo representar o nono ano consecutivo de crescimento nas vendas anuais do combustível.

Sul e Nordeste lideram aumento do consumo regional de diesel B

Entre janeiro e abril, as regiões Sul e Nordeste foram os destaques no crescimento do consumo de diesel B:

  • Sul: alta de 175 mil m³ (+3,9%) — impulsionada pela atividade industrial no Paraná e em Santa Catarina, além do escoamento de soja da região Centro-Oeste.
  • Nordeste: crescimento de 163 mil m³ (+4,9%) — mesmo com queda na produção industrial, a demanda foi elevada pelo aumento no fluxo logístico da soja local e de cargas vindas do Norte.
  • O Centro-Oeste também teve desempenho significativo, com avanço de 138 mil m³ (+4,4%), puxado pela safra recorde de soja. Entretanto, a indústria local mais fraca limitou um crescimento maior.
  • Já o Sudeste, maior consumidor nacional de diesel B, teve crescimento mais modesto: 97 mil m³ (+1,2%).

Segundo a StoneX, fatores como a queda na produção industrial no Rio de Janeiro e Espírito Santo e o crescimento econômico menos vigoroso em São Paulo e Minas Gerais explicam o avanço mais tímido.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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