A recente escalada nos preços dos fertilizantes acende um alerta no agronegócio brasileiro. Após um período de estabilidade, os custos dos insumos voltaram a subir abruptamente, fazendo com que a relação de troca – indicador que mostra quantas sacas de grãos são necessárias para comprar uma tonelada de fertilizante – retorne a níveis críticos semelhantes aos registrados durante a crise logística e geopolítica de 2022. Naquele ano, conflitos como a guerra na Ucrânia e tensões no Oriente Médio causaram fortes impactos nas cadeias globais de abastecimento.
Preços em alta e cenário global incerto
Dados do Itaú BBA apontam aumentos expressivos nos principais fertilizantes. O cloreto de potássio subiu 24% em 2025, alcançando US$ 365 por tonelada. O fosfato monoamônico (MAP) atingiu US$ 717,50, com altas consecutivas nos meses de abril e maio. Já a uréia apresentou variações, com alta de 9% em abril e queda de 1,9% no início de maio, refletindo as incertezas quanto à oferta, especialmente da Ásia. Embora a China, maior exportadora mundial, tenha sinalizado uma flexibilização nas restrições às exportações, a liberação de cargas ocorre de forma lenta, priorizando o mercado interno, o que mantém a oferta global instável e a pressão nos preços.
Impactos para o produtor e necessidade de gestão eficiente
Neste cenário delicado, o produtor enfrenta o desafio de tomar decisões com margens de lucro apertadas. Segundo Leonardo Sodré, CEO do Grupo GIROAgro, apesar do aumento nos custos, é fundamental continuar investindo em soluções tecnológicas que priorizem a eficiência agronômica e a sustentabilidade. “Não se trata apenas de reduzir custos, mas de gerenciar riscos e garantir a produtividade a longo prazo”, afirma Sodré. O Grupo GIROAgro, atuante no desenvolvimento de soluções nutricionais e biológicas, tem reforçado o suporte técnico para revendas e cooperativas a fim de ajudar os produtores a enfrentar a alta dos insumos.
Estratégias para enfrentar o momento de incertezas
Diante da pressão sobre os custos, muitos produtores avaliam alternativas para reduzir a dependência de pacotes mais caros, optando por nutrição de manutenção e uso mais eficiente dos fertilizantes aplicados ao solo. Essas decisões, porém, exigem acompanhamento técnico qualificado e análise cuidadosa de cada área de cultivo. “Quem estiver tecnicamente bem amparado terá mais chances de superar as turbulências atuais. É hora de investir em conhecimento e contar com especialistas que entendem o solo, a planta e o mercado”, destaca Sodré.
Dilema entre custos elevados e produtividade
Com a relação de troca retornando a patamares preocupantes, a agricultura brasileira volta a encarar um dilema clássico: investir em tecnologia e manter o desempenho agronômico, mesmo com custos mais altos, ou reduzir o investimento e arriscar queda na produtividade. Para enfrentar esse cenário, informação, gestão eficiente e confiança nas boas práticas técnicas são cada vez mais indispensáveis para os produtores rurais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio