Armazenagem e Pressões Comerciais Impactam Mercado da Soja no Brasil; Bolsa de Chicago Apresenta Leves Oscilações

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A infraestrutura de armazenagem segue como um dos principais entraves para a comercialização da soja em importantes estados produtores do Brasil. Em Mato Grosso do Sul, a capacidade limitada de armazenagem tem dificultado o escoamento da safra, evidenciando a necessidade urgente de investimentos no setor. No VI Simpósio de Pós Colheita, foram discutidas soluções técnicas e estratégicas para enfrentar esse desafio. Atualmente, os preços spot da soja em cidades como Dourados e Campo Grande estão em R$ 120,63, enquanto Chapadão do Sul registra R$ 108,69 por saca.

No Paraná, apesar da boa safra, a capacidade de armazenagem preocupa. Os preços FOB registram variações como R$ 136,20 em Paranaguá, R$ 121,05 em Cascavel e R$ 120,98 em Maringá. Já no balcão de Ponta Grossa, a cotação ficou em R$ 118,00 por saca.

Santa Catarina finalizou a colheita com desempenho positivo, mas a comercialização permanece travada devido à infraestrutura insuficiente para suportar o aumento da produção. A necessidade de capacidade estática compatível com o crescimento agrícola, especialmente diante da safra de inverno, torna imprescindíveis investimentos em armazenagem e logística. No porto de São Francisco, a soja é cotada a R$ 136,58, com alta de 1,24%.

Pressões Comerciais e Produtividade Baixa No Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, produtores enfrentam desafios ligados à baixa produtividade e à pressão comercial. Preços na região em julho variam entre R$ 130,00 e R$ 118,00 a saca, dependendo da localidade e do tipo de comprador. Por exemplo, em Cruz Alta e Passo Fundo, as cotações para pagamento em agosto giram em torno de R$ 130,00, enquanto em Panambi o preço caiu para R$ 118,00 ao produtor.

Mato Grosso e a Pressão Sobre Superprodução e Margens Apertadas

Em Mato Grosso, apesar da superprodução, a soja sofre com margens apertadas e preços pressionados. Em municípios como Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis, os valores da soja variam pouco, situando-se em torno de R$ 111,38 a R$ 113,25 por saca, com pequenas variações positivas.

Bolsa de Chicago: Leves Ganhos e Pressões Globais

Na Bolsa de Chicago, os preços da soja iniciaram a manhã de segunda-feira (14) com leves ganhos, embora o contrato para setembro permaneça abaixo dos US$ 10 por bushel, cotado a US$ 9,98. O mercado acompanha movimentos de alta do milho e do trigo, mas ainda carece de notícias que provoquem oscilações mais intensas.

O relatório do USDA, divulgado recentemente, foi considerado levemente baixista para a soja. A produção brasileira foi mantida, enquanto a estimativa da Argentina foi aumentada. O órgão também reduziu a previsão de exportações brasileiras para 102,1 milhões de toneladas, abaixo dos 106,22 milhões estimados pela Conab, e elevou as expectativas para a Argentina.

Fatores que Influenciam as Cotações

A queda nas cotações na última sexta-feira (12) foi influenciada por fatores climáticos, comerciais e pelo relatório WASDE considerado negativo. A ausência de compras chinesas, devido à guerra tarifária com os EUA, e as boas condições climáticas no Meio-Oeste norte-americano pressionaram os preços para baixo. O contrato de soja para agosto fechou a US$ 10,04 por bushel, com queda de 0,81%, enquanto o contrato de setembro recuou 0,72%, encerrando a US$ 9,95.

Apesar desse cenário, o mercado teve algum suporte com a venda de 219,9 mil toneladas para o México e com a expectativa de maior demanda pelo óleo de soja, especialmente após os EUA imporem uma tarifa de 35% sobre o óleo de canola canadense, reduzindo sua competitividade.

Segundo especialistas, a soja brasileira segue praticamente sozinha no mercado internacional de grandes volumes, diante da resistência chinesa em comprar soja americana e da volta das restrições na Argentina. Isso pode criar uma pressão altista moderada nos preços, já que a China busca adquirir soja a preços mais competitivos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio