A economia brasileira registrou, em maio, sua primeira contração do ano, encerrando uma sequência de quatro meses consecutivos de crescimento. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (15), caiu 0,7% em comparação com abril, já considerando os ajustes sazonais.
O resultado ficou bem abaixo da expectativa de estabilidade apontada por analistas ouvidos pela Reuters, em um cenário ainda marcado por política monetária restritiva.
Desempenho em 12 meses segue positivo
Apesar da retração mensal, o IBC-Br apresentou alta de 3,2% na comparação com maio de 2023. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o avanço foi de 4,0%, segundo dados sem ajuste sazonal.
Agropecuária lidera a queda entre os setores
A principal influência negativa sobre o índice em maio veio da agropecuária, cujo IBC-Br caiu 4,2% em relação ao mês anterior.
Outros setores também apresentaram desempenho fraco:
- Indústria: queda de 0,5%
- Serviços: estagnação
- IBC-Br sem agropecuária: recuo de 0,3%
Dados do IBGE confirmam fraqueza da atividade
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas o setor de serviços teve variação positiva em maio, com alta de 0,1% frente a abril — resultado abaixo do esperado.
A produção industrial caiu 0,5%, enquanto as vendas no varejo retraíram 0,2%.
BC indica fim do ciclo de alta de juros
Na reunião de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15,00% ao ano. No comunicado, o Banco Central sinalizou que o atual ciclo de alta está próximo do fim e que a taxa básica deve permanecer inalterada por um “período bastante prolongado”.
Perspectivas para a economia brasileira
Analistas acreditam que a economia tende a desacelerar gradualmente devido ao efeito defasado da política monetária mais rígida, embora o mercado de trabalho continue mostrando força e contribua para a resiliência da atividade.
Mesmo diante dos sinais de desaceleração, o Ministério da Fazenda elevou na última sexta-feira sua projeção de crescimento para 2024, estimando uma alta de 2,5%. Para 2026, a expectativa é de desaceleração apenas marginal.
Impactos externos ainda não considerados nas projeções
As estimativas atuais ainda não incorporam possíveis impactos da recente decisão dos Estados Unidos de elevar tarifas sobre produtos brasileiros de 10% para 50%, medida anunciada na semana passada pelo ex-presidente Donald Trump e que pode entrar em vigor já em agosto.
Projeções do mercado para os próximos anos
De acordo com o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, o mercado projeta crescimento do PIB de 2,23% em 2025 e de 1,89% em 2026.
O que é o IBC-Br?
O IBC-Br é um indicador calculado pelo Banco Central que antecipa tendências do Produto Interno Bruto (PIB). Ele leva em consideração indicadores da produção agropecuária, industrial e de serviços, além dos impostos sobre a produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio