
BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 30, manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, conforme previam todas as 45 casas consultadas pelo Projeções Broadcast. A decisão do colegiado foi unânime.
No comunicado, o Copom afirma que tem acompanhado “com particular atenção” os anúncios referentes à imposição pelos Estados Unidos de tarifas comerciais ao Brasil, “reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”.
Nesta quarta-feira, 30, a Casa Branca oficializou o tarifaço sobre os produtos brasileiros, mas anunciou uma lista com quase 700 exceções à alíquota de 50%.
O Copom disse ainda que “segue acompanhando como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”.
O BC sinalizou ainda que deve manter a Selic neste patamar na próxima reunião, “para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.O comitê pontua, porém, que os passos poderão ser ajustados e que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
De setembro de 2024 até a reunião anterior, em junho, o BC aumentou a Selic em 4,50 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos, perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.
Juros reais
A manutenção da Selic em 15% mantém o Brasil com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, de 9,76%, segundo ranking do site MoneYou.
O País está atrás apenas da Turquia, com 10,08%. A Argentina aparece no terceiro lugar, com 6,70%. Depois, figuram no ranking África do Sul (5,29%) e Rússia (4,86%).
O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil – que não estimula, nem deprime a economia – é de 5,0%.
Fonte: Estadão