CNI defende esgotar negociações com EUA antes de adotar retaliações contra tarifa de 50%

0
9
Indústria quer diálogo antes de retaliar tarifa dos EUA

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que o Brasil deve esgotar todas as possibilidades de negociação com os Estados Unidos antes de considerar medidas de retaliação à nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

“Antes de retaliar, é preciso esgotar toda e qualquer possibilidade de negociação”, defendeu Alban durante reunião realizada na última segunda-feira (14), que contou com a presença de todos os presidentes de federações da indústria do país, de forma virtual.

Reunião no MDIC reúne empresários e ministros

O posicionamento da CNI foi reforçado em encontro com autoridades do governo no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Participaram da reunião os ministros Geraldo Alckmin (MDIC), Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além de empresários e líderes do setor industrial.

CNI solicita adiamento de 90 dias para vigência da tarifa

Durante o encontro, Alban reiterou o pedido para que o governo brasileiro negocie com os EUA a ampliação em 90 dias do prazo para início da nova tarifa, visando abrir espaço para acordos setoriais e bilaterais.

“Estamos falando aqui só de perde-perde. Perde a indústria, perde a economia, perde o social”, destacou. “Queremos colocar a discussão de acordos setoriais e bilaterais, discutir bitributação”, completou o presidente da CNI.

Segundo estimativas preliminares da entidade, a medida pode provocar a perda de ao menos 110 mil postos de trabalho, além de impactos significativos no PIB nacional.

Governo brasileiro considera tarifa inadequada e promete reação diplomática

O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo está empenhado em reverter a nova tarifa, classificada por ele como “completamente inadequada”.

Alckmin destacou que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial com o Brasil há 15 anos e que a tarifa média dos produtos exportados pelos norte-americanos ao país é de apenas 2,7%.

“Temos uma importante complementariedade econômica. É importante conversarmos com os parceiros americanos no setor industrial para mostrarmos que a medida encarece também os produtos deles”, pontuou.

Indústria pede pragmatismo e alerta para risco de perder mercado

Ricardo Alban defendeu que tanto o setor privado quanto o governo atuem com objetividade e pragmatismo durante o processo de negociação com os EUA.

“O que não queremos neste momento é perder a razão. É importante essa parceria. É muito difícil o setor industrial encontrar alternativas de médio prazo para substituir esse mercado dos EUA”, alertou.

Representantes da indústria marcam presença nas discussões

A reunião contou com a participação de importantes lideranças empresariais e representantes de associações industriais, como:

  • Josué Gomes da Silva, presidente da FIESP;
  • José Velloso, presidente da Abimaq;
  • Janaína Donas, presidente-executiva da Abal;
  • Fernando Pimentel, presidente emérito da Abit;
  • Haroldo Ferreira, presidente da Abicalçados;
  • Rafael Lucchesi, CEO da Tupy;
  • Francisco Gomes, CEO da Embraer, entre outros.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio