Queda no consumo doméstico de etanol hidratado
A demanda interna por etanol hidratado deve sofrer uma retração de 18% na safra 2025/26, segundo projeções do banco Itaú BBA. O principal fator para essa redução é a perda de competitividade frente à gasolina, reflexo da elevação dos preços do biocombustível nas bombas ao longo da safra.
Prioridade na produção de açúcar contribui para redução da oferta
De acordo com o relatório Visão Agro, elaborado pelo Itaú BBA, o etanol hidratado deve perder participação no mercado interno, já que as usinas estão optando por destinar maior parte da cana-de-açúcar à produção de açúcar, que oferece maior rentabilidade. A paridade entre etanol e gasolina nas bombas do estado de São Paulo deve girar em torno de 70% durante o ciclo 2025/26, limite considerado pouco competitivo para o álcool.
Projeções de produção de etanol
A produção total de etanol no Brasil deverá recuar cerca de 7% na safra 2025/26 em comparação ao ciclo anterior, alcançando 32,6 milhões de metros cúbicos. A produção a partir da cana-de-açúcar deve sofrer retração de 14%, totalizando 23,1 milhões de m³. Em contrapartida, o etanol de milho deverá registrar crescimento de 16%, chegando a 9,5 milhões de m³.
Etanol anidro: perspectiva positiva com aumento da mistura
Ao contrário do hidratado, o etanol anidro apresenta perspectivas mais favoráveis. O aumento da mistura obrigatória na gasolina de 27% para 30%, a partir de 1º de agosto de 2025, tende a impulsionar a demanda já nesta safra. A mudança faz parte da Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024, que permite elevar a mistura até o limite de 35%.
Segundo o banco, essa medida deve gerar impacto relevante no consumo, especialmente em estados onde a gasolina C é mais competitiva. O aumento do teor de etanol anidro na composição da gasolina tende a trazer mais estabilidade ao mercado e ampliar a presença do biocombustível na matriz energética nacional.
Impacto das tarifas americanas é limitado, aponta banco
O Itaú BBA também avaliou os efeitos das tarifas sobre o etanol brasileiro anunciadas pelos Estados Unidos em 9 de julho. Embora as medidas tenham acendido um sinal de alerta, o banco considera que o impacto será limitado, dada a baixa possibilidade de substituição do etanol de cana-de-açúcar no mercado internacional.
Cerca de 70% do etanol importado pelos EUA tem origem no Brasil. Mesmo com as tarifas, substituir os cerca de 300 milhões de litros exportados anualmente pelo Brasil seria uma tarefa difícil. Além disso, os Estados Unidos hoje representam apenas 15% das exportações brasileiras de etanol, após uma queda significativa nas importações americanas nos últimos dez anos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio