Cenário de abertura dos mercados
O dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (2) em alta de 0,21%, cotado a R$ 5,4731 por volta das 9h. Na véspera, a moeda americana subiu 0,51%, encerrando em R$ 5,4610. Já a bolsa brasileira, Ibovespa, começa a negociar a partir das 10h, após fechar em alta de 0,50% no dia anterior, aos 139.549 pontos.
Foco global: votação do pacote orçamentário de Trump
Os mercados acompanham atentamente a votação do megapacote orçamentário do presidente Donald Trump na Câmara dos Deputados dos EUA, prevista para hoje. O projeto, aprovado ontem no Senado, tem 940 páginas e prevê cortes de impostos, aumento dos gastos públicos e mudanças significativas na política fiscal americana.
Especialistas alertam que o pacote pode elevar a dívida pública dos Estados Unidos em cerca de US$ 3,3 trilhões na próxima década, aumentando preocupações sobre a sustentabilidade fiscal da maior economia mundial.
O “Grande e Belo Projeto” em detalhes
Intitulado “One Big Beautiful Bill” (“Um grande e belo projeto”), o texto inclui:
- Aumento de recursos para controle da imigração;
- Ampliação do orçamento das Forças Armadas;
- Cortes em programas sociais, especialmente na saúde;
- Novas isenções fiscais para gorjetas e horas extras;
- Revogação de incentivos para energia limpa instituídos na gestão Biden.
O pacote também prorroga cortes tributários realizados em 2017, mas reduz investimentos em programas como o Medicaid, que atende famílias de baixa renda. Após a votação na Câmara, o projeto seguirá para sanção presidencial, com expectativa de aprovação ainda nesta quarta.
Tarifaço: tensão no comércio internacional
A suspensão temporária de 90 dias das tarifas impostas pelos EUA, que termina em breve, tem gerado preocupação global. Até o momento, foram firmados apenas dois acordos comerciais, e autoridades americanas indicam que não haverá extensão da trégua, com possibilidade de retomada das tarifas após 9 de julho.
O Canadá recentemente cancelou um imposto sobre serviços digitais para empresas americanas, em tentativa de destravar negociações. Já a União Europeia exige alívio imediato nas tarifas para setores estratégicos antes de avançar com acordos.
O mercado teme que o aumento das tarifas eleve custos ao consumidor e das cadeias produtivas, pressionando a inflação, freando o consumo e provocando desaceleração econômica nos EUA e no mundo.
Jerome Powell e a política monetária
Em evento no Banco Central Europeu, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que a instituição seguirá avaliando os impactos das tarifas na inflação antes de cortar juros, contrariando a pressão do presidente Trump por reduções imediatas.
Powell reforçou que o Fed está “100% focado” em controlar a inflação e promover emprego, sinalizando prudência na condução da política monetária. A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) está marcada para 29 e 30 de julho.
Expectativas no mercado brasileiro com o IOF
No Brasil, o mercado volta atenção para as contas públicas após o Congresso derrubar o decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A revogação pode representar uma perda de arrecadação de R$ 10 bilhões ainda em 2025, segundo o Ministério da Fazenda.
O ministro Fernando Haddad reiterou a necessidade do aumento do IOF para o equilíbrio fiscal de 2026 e indicou que o governo pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a decisão do Congresso.
Além disso, Haddad afirmou que será preciso aprovar a Medida Provisória que eleva tributos sobre apostas eletrônicas, criptoativos e fintechs, além de cortar cerca de R$ 15 bilhões em benefícios fiscais. O ministro mantém diálogo aberto com o Legislativo e aguarda contatos para esclarecer o tema.
Resumo dos índices e câmbio
- Dólar:
- Semana: -0,41%
- Mês: +0,51%
- Ano: -11,63%
- Ibovespa:
- Semana: +1,96%
- Mês: +0,50%
- Ano: +16,02%
O mercado permanece atento aos desdobramentos das votações nos EUA, às negociações comerciais e às decisões fiscais no Brasil, que juntos influenciam o rumo das moedas e da bolsa nos próximos dias.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio