Dólar recua em meio à tensão global com novas ameaças tarifárias de Trump

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Mercado financeiro inicia a terça-feira com cautela

O dólar iniciou esta terça-feira (8) em leve queda de 0,11%, cotado a R$ 5,4718 às 9h03. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira (B3), ainda não havia começado a operar até esse horário — as negociações se iniciam às 10h.

A movimentação dos mercados reflete a repercussão das novas ações tarifárias anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que continuam a alimentar incertezas globais.

Dólar sobe quase 1% na véspera; Ibovespa recua

Na segunda-feira (7), o dólar registrou alta de 0,99%, encerrando o dia cotado a R$ 5,4777. Em contrapartida, o Ibovespa recuou 1,26%, atingindo 139.490 pontos.

Trump prorroga tarifaço e intensifica tensões comerciais

Nesta segunda, Trump adiou para 1º de agosto a retomada de sua política de tarifas sobre importações, abrindo mais espaço para negociações com os parceiros comerciais. Originalmente, a medida entraria em vigor já na quarta-feira (9).

Apesar da prorrogação, o mercado reagiu negativamente. O republicano enviou cartas a 14 países, informando sobre a aplicação de tarifas que variam entre 25% e 40% a partir do mês que vem. Além disso, sinalizou que mais nações devem ser notificadas nos próximos dias.

Ameaça ao Brics acende alerta internacional

Trump também declarou que irá impor uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que, segundo ele, se alinhar às “políticas antiamericanas do Brics”. A declaração, vaga quanto ao que configura tal alinhamento, foi feita após o grupo divulgar a “Declaração do Rio de Janeiro”, em que defende o multilateralismo e critica ações unilaterais, sem citar diretamente os EUA.

A resposta internacional veio rápida:

  • China condenou o uso de tarifas como forma de coerção;
  • Rússia afirmou que o Brics “nunca atuou contra terceiros”;
  • África do Sul reforçou que o objetivo do bloco é apenas reformar a ordem multilateral global.
Possível impacto econômico preocupa o mercado

Analistas alertam que a reinstauração das tarifas pode gerar efeitos adversos na economia global. A expectativa é de aumento nos preços ao consumidor e nos custos de produção, o que tende a pressionar a inflação. Com isso, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, pode manter os juros elevados por mais tempo, dificultando o crescimento econômico.

Segundo o presidente do Fed, Jerome Powell, a instituição deve continuar monitorando os desdobramentos antes de decidir por cortes nas taxas de juros.

Negociações seguem travadas

Apesar do adiamento das tarifas, poucos avanços foram registrados nas negociações. Até agora, apenas acordos limitados foram fechados com o Reino Unido e o Vietnã. Outros países — como Japão, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia e Suíça — correm contra o tempo para apresentar concessões.

A União Europeia tenta evitar tarifas em setores estratégicos, como agricultura, aviação e tecnologia, mas ainda encontra entraves nas tratativas com os Estados Unidos.

Resumo de desempenho do mercado
  • Dólar
    • Semana: +0,99%
    • Mês: +0,81%
    • Ano: -11,36%
  • Ibovespa
    • Semana: -1,26%
    • Mês: +0,46%
    • Ano: +15,97%
Cenário segue incerto

O vaivém do mercado deve se intensificar nos próximos dias, com os investidores atentos aos desdobramentos da política tarifária de Trump e à ausência de indicadores econômicos relevantes que possam trazer previsibilidade ao cenário global.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio