Moeda americana inicia julho em queda
O dólar abriu o mês de julho em leve baixa nesta terça-feira (1º), operando com recuo de 0,13% e sendo negociado a R$ 5,4262 por volta das 9h20. Na segunda-feira (30), a moeda norte-americana já havia encerrado o dia com desvalorização de 0,91%, cotada a R$ 5,4335, o menor valor desde setembro. Com esse desempenho, o dólar acumula queda de 12,08% no ano.
Ibovespa segue em alta
A bolsa brasileira também começou o segundo semestre em ritmo positivo. O Ibovespa encerrou a sessão anterior com alta de 1,45%, alcançando os 138.855 pontos. No acumulado do ano, o índice já registra valorização de 15,44%, sustentado pela recuperação de ativos e pelo fluxo internacional.
Pacote de Trump atrai atenção global
Os investidores estão de olho na votação final do projeto orçamentário proposto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Batizado de “One Big Beautiful Bill”, o pacote prevê a prorrogação dos cortes de impostos iniciados em 2017, a redução de outros tributos e o aumento dos gastos com defesa e segurança de fronteiras.
A proposta enfrenta forte resistência dos democratas no Congresso americano, que criticam os benefícios concedidos aos mais ricos e alertam para o possível enfraquecimento de programas sociais. Além disso, há uma preocupação generalizada com a trajetória da dívida pública dos EUA, que já ultrapassa os US$ 36 trilhões e pode crescer ainda mais com a aprovação do texto.
Tarifaço volta ao radar com fim da trégua
Outro fator que pressiona os mercados é o possível fim da suspensão temporária das tarifas comerciais impostas durante o governo Trump. O prazo de 90 dias da trégua está prestes a expirar, e poucas soluções foram encontradas até o momento.
O Canadá, por exemplo, recuou e cancelou a cobrança de um imposto sobre serviços digitais prestados por empresas norte-americanas. A medida foi interpretada como um esforço para destravar as negociações com os Estados Unidos, que haviam sido interrompidas após o anúncio da nova taxa.
Declarações de Powell movimentam o mercado
Em meio às incertezas fiscais e comerciais, os olhos do mercado também se voltam para o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Ele participa nesta terça-feira de um evento promovido pelo Banco Central Europeu, e os investidores aguardam possíveis sinais sobre os próximos passos da política monetária dos EUA.
Na semana passada, Powell já havia alertado que os aumentos tarifários podem gerar pressão inflacionária e afetar negativamente a atividade econômica. Ele também reforçou que o Fed pretende avaliar cuidadosamente os impactos antes de qualquer decisão sobre cortes ou manutenção dos juros.
Tensão com IOF marca cenário interno
No Brasil, a agenda econômica é menos intensa, mas o foco continua nas contas públicas. A derrubada do decreto que aumentaria o IOF sobre operações financeiras, aprovada pelo Congresso na semana passada, gerou apreensão no mercado. A medida deve reduzir a arrecadação federal em cerca de R$ 10 bilhões neste ano, o que pode levar o governo a promover novos bloqueios no Orçamento.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a medida, alegando que ela visa fechar brechas para a sonegação e garantir o equilíbrio fiscal até 2026. Ele também informou que aguarda um posicionamento do presidente da Câmara, Hugo Motta, e que o Executivo não vê a decisão como uma traição do Legislativo.
Haddad ainda destacou a importância de outras ações para reforçar o caixa do governo, como a aprovação de medidas provisórias que aumentam a tributação sobre apostas, criptoativos e fintechs, além da revisão de benefícios fiscais que somam cerca de R$ 15 bilhões.
Perspectivas
O mercado financeiro segue atento aos desdobramentos no cenário internacional, especialmente às decisões fiscais e comerciais nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, monitora os rumos da política fiscal brasileira e a capacidade do governo de manter o equilíbrio orçamentário. A combinação desses fatores deve continuar influenciando o comportamento do dólar, da bolsa e das expectativas econômicas nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio