Crescimento no acumulado do semestre
As exportações brasileiras de madeira registraram um crescimento de 5% em volume no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em valor, o avanço foi ainda maior, alcançando 5,6%. Os dados fazem parte de uma análise da WoodFlow, empresa que monitora os principais indicadores do comércio exterior em dez produtos do setor madeireiro.
Quedas mensais e desempenho do segundo trimestre
Apesar do desempenho positivo no acumulado, o mês de junho apresentou queda de 5% no volume exportado e retração de 3% em valor frente a maio. Essa foi a terceira queda mensal consecutiva registrada em 2025, após um expressivo aumento de 14% ocorrido em março. Como resultado, o segundo trimestre fechou com crescimento modesto de apenas 2% na comparação anual.
Fatores que influenciam o mercado
Gustavo Milazzo, CEO da WoodFlow, atribui essas oscilações às incertezas do cenário internacional. Ele destaca que, em fevereiro, a possibilidade de novas tarifas de importação para o mercado de madeira dos Estados Unidos gerou uma antecipação dos embarques, o que afetou o volume de pedidos. Embora as tarifas ainda estejam sob investigação e sem aplicação efetiva, o clima de insegurança já impacta o setor.
Além disso, os conflitos geopolíticos em regiões como Ucrânia e Oriente Médio têm tornado os compradores internacionais mais cautelosos, levando a uma redução dos volumes negociados diante da instabilidade global.
Produtos e destinos em destaque em junho
Em junho, a madeira serrada de pinus representou 45% do volume total exportado, enquanto o compensado de pinus respondeu por 35%. Porém, em termos de valor, o compensado liderou, com receitas de US$ 64,2 milhões, seguido pela madeira serrada, que somou US$ 56,8 milhões.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal mercado para o compensado de pinus, com compras de US$ 27 milhões somente em junho, totalizando US$ 151 milhões no semestre. O mesmo ocorre com a madeira serrada, que registrou exportações de US$ 24,3 milhões para os EUA em junho, acumulando US$ 143,3 milhões no ano.
Perspectivas para o segundo semestre
Segundo Gustavo Milazzo, o segundo semestre deverá ser desafiador para o setor. A indústria está adotando postura cautelosa, restringindo investimentos e focando em ajustes internos nas fábricas. A expectativa é de um período de retração nas exportações.
O CEO aconselha os empresários a priorizarem a eficiência produtiva, a redução de custos e a diversificação dos mercados para minimizar riscos.
Impacto do novo regulamento europeu
Outro ponto crítico para o setor é a entrada em vigor, prevista para 30 de dezembro de 2025, do Regulamento da União Europeia contra o Desmatamento (EUDR). A nova norma exigirá que as empresas comprovem a origem da madeira, garantindo que o produto não tenha vínculo com áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020.
Gustavo Milazzo alerta que os empresários que desejam manter as exportações para a Europa precisam se antecipar, adequar seus processos produtivos e organizar toda a documentação da cadeia de fornecimento.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio