As exportações brasileiras de milho apresentaram um desempenho mais lento nos primeiros dias de julho de 2025, com volumes significativamente inferiores aos registrados no mesmo mês do ano passado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o nono dia útil, o país embarcou 338,4 mil toneladas de milho não moído, o que equivale a apenas 9,5% do volume exportado em julho de 2024, quando foram embarcadas 3,55 milhões de toneladas.
A média diária de embarques sofreu queda expressiva, passando de 154,5 mil toneladas em julho de 2024 para 37,6 mil toneladas em 2025, o que representa uma redução de 75,7%.
Receita das exportações diminui, mas preço médio por tonelada sobe
A receita acumulada das exportações até o momento também está retraída, totalizando US$ 73,8 milhões em julho de 2025, contra US$ 700,6 milhões obtidos ao longo de todo o mês de julho de 2024. A média diária de faturamento caiu de US$ 30,4 milhões para US$ 8,2 milhões, redução de 73,1%.
No entanto, o preço médio por tonelada exportada aumentou 10,6%, subindo de US$ 197,20 para US$ 218,10, refletindo uma valorização do produto no mercado externo.
Lineup de embarques já ultrapassa 4 milhões de toneladas, apontando melhora na demanda
Apesar do ritmo lento nos embarques efetivos, o cenário pode mudar com o avanço dos volumes programados para envio. O lineup — estoque de cargas já programadas para embarque — para julho já ultrapassa 4 milhões de toneladas, com previsão de mais 1 milhão para agosto.
Segundo Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural, “as exportações começam a mostrar sinais mais claros de recuperação na demanda, algo que era incerto até pouco tempo”.
Valorização do dólar amplia competitividade do milho brasileiro
A valorização do dólar frente ao real, que voltou a oscilar na casa dos R$ 5,50, contribui para melhorar a paridade de exportação, tornando o milho nacional mais competitivo no mercado global e favorecendo a recuperação das vendas e dos preços internos.
Mudanças logísticas e oportunidades em novos mercados
Fernandes destaca também alterações nos fluxos logísticos da safra atual. Os portos de Itaqui (MA) e Santarém (PA) ganham relevância, substituindo parcialmente os tradicionais portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) no escoamento do milho.
No âmbito dos mercados, o Irã se destacou como principal comprador brasileiro no primeiro semestre, apesar de enfrentar desafios diplomáticos e logísticos que geram incertezas. Já o Japão, que foi o maior importador em 2019, pode retomar as compras do milho brasileiro caso reduza sua dependência do produto norte-americano.
Fernandes conclui: “Se o Japão migrar novamente para o milho brasileiro, será um sinal importante para a recuperação dos prêmios de exportação”.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio