Importações impulsionam preços do açúcar
O mercado internacional do açúcar registrou forte valorização na quarta-feira (9), motivado por anúncios de grandes importações por parte de Paquistão e Filipinas. O movimento reacendeu o otimismo sobre uma possível elevação na demanda global.
No Paquistão, o Ministério de Segurança Alimentar anunciou a importação de 500 mil toneladas de açúcar, em uma tentativa de controlar a escalada nos preços internos. O açúcar no varejo local passou de 130 rúpias por quilo, em janeiro, para 200 rúpias. A decisão, conduzida pelo setor público, segue a política nacional de gestão de estoques e comércio exterior. No ano anterior, o país havia autorizado a exportação de 250 mil toneladas do produto.
Nas Filipinas, o governo também se movimentou para adquirir 424 mil toneladas de açúcar no mercado internacional, reforçando a tendência de valorização da commodity nos pregões globais.
Bolsas internacionais: altas expressivas
Com esse cenário, os contratos futuros de açúcar encerraram o dia em alta:
- Nova York (ICE Futures):
- Outubro/25: alta de 43 pontos, a 16,56 centavos de dólar por libra-peso
- Março/26: alta de 39 pontos, a 17,22 centavos por libra-peso
- Londres (ICE Europe):
- Agosto/25: avanço de US$ 16,70, a US$ 492,50 por tonelada
- Outubro/25: alta de US$ 14,40, a US$ 480,40 por tonelada
Mercado interno: feriado limita movimentações
No Brasil, o Indicador Cepea/Esalq (USP) apontou que a saca de 50 kg do açúcar cristal foi negociada a R$ 116,09. Já o etanol hidratado teve queda, com o Indicador Diário Paulínia marcando R$ 2.638,00/m³. Ambos os indicadores permaneceram estáveis, reflexo do feriado estadual da Revolução Constitucionalista de 1932, que reduziu a movimentação no estado de São Paulo.
Recuo nos preços após forte alta
Já nesta quinta-feira (10), o mercado internacional do açúcar recuou, devolvendo parte dos ganhos obtidos na véspera. A queda ocorre mesmo após os preços atingirem patamares máximos:
- Em Nova York, o açúcar bruto para outubro/25 caiu 1,69%, cotado a 16,28 cents/lb, enquanto o março/26 recuou 1,51%, a 16,96 cents/lb.
- Em Londres, o contrato para agosto/25 foi negociado a US$ 481,80 por tonelada, com baixa de 2,17%.
O recuo se deve principalmente às projeções de superávit global na produção de açúcar. Na semana anterior, o contrato outubro na ICE chegou a registrar sua mínima contratual, e o vencimento de julho atingiu o menor valor em mais de quatro anos. O açúcar branco, negociado em Londres, também caiu para o menor nível em 3,75 anos no contrato de agosto.
Etanol: vendas em queda e preços estáveis
No mercado de etanol, o setor segue pressionado pela volatilidade nos preços do petróleo e pela retração nas vendas. De acordo com levantamento do Cepea, o volume de etanol hidratado comercializado na primeira semana de julho, no estado de São Paulo, foi o mais baixo desde o início da safra 2025/26, iniciada em 1º de abril. A queda nas vendas chegou a 40,4%, totalizando cerca de 20 milhões de litros a menos que na semana anterior.
Segundo o Centro de Pesquisas, muitos compradores já haviam se abastecido nas semanas anteriores e, por isso, reduziram as negociações no mercado spot. As usinas, por sua vez, mantiveram os preços firmes, amparadas por estoques mais baixos neste momento da safra.
Em relação aos preços:
- O etanol hidratado foi cotado, entre 30 de junho e 4 de julho, a R$ 2,6055/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), uma leve queda de 0,17%.
- O etanol anidro apresentou pequena alta de 0,11%, fechando a R$ 2,9996/litro, também livre de tributos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio