IPCA de 2025 deve ficar acima da meta por pressão das proteínas e atividade econômica, diz GEP Brasil

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Projeção do IPCA para 2025 supera teto da meta oficial

A GEP Brasil estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 fechará em 4,9%, acima do limite máximo da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. Segundo a análise da consultoria, esse cenário reflete pressões inflacionárias persistentes, principalmente no setor de alimentação.

Carnes puxam alta dos preços no grupo de alimentação

No acumulado de 12 meses até maio, o grupo alimentação registrou alta de 7,3%, com destaque para as carnes. A carne bovina teve aumento médio de 24%, enquanto a carne suína subiu 21% e a de frango, 11%. O item “carnes” acumulou inflação de 23,5% até maio, influenciado sobretudo pelo preço da carne bovina.

Atividade econômica aquecida mantém consumo firme

Apesar dos juros elevados, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou crescimento de 3,5% nos quatro trimestres encerrados em março. Esse ritmo robusto da economia mantém o consumo elevado, o que dificulta a desaceleração da inflação no curto prazo.

Fatores que aliviam a pressão sobre os preços

Por outro lado, os preços internacionais das commodities agrícolas têm recuado, e o câmbio apresentou alívio nos últimos meses. Essas condições ajudam a reduzir a pressão inflacionária em reais, levando o mercado a revisar para baixo as projeções de inflação para 2026, que, segundo a GEP Brasil, devem convergir para a meta oficial de 4,5%.

Cenário cauteloso para as proteínas em 2025

A combinação da alta nos preços dos grãos, como milho e soja — que elevam o custo da ração animal — e o aumento do preço do boi gordo no mercado internacional, mantém a pressão sobre os preços das carnes. Embora se espere uma desaceleração na alta, o setor das proteínas segue representando risco para o controle da inflação ao longo do ano.

Análise final da economista-chefe da GEP Brasil

Tânia Gofredo, economista-chefe da GEP Brasil, ressalta que “a inflação continua sensível a choques de oferta, especialmente em alimentos, enquanto a atividade econômica aquecida limita o impacto da política monetária.” Ela destaca ainda que, mesmo com a descompressão cambial e a queda nas commodities, os fatores que pressionam os preços seguem relevantes no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio