Inflação recua em junho, mas segue pressionada no acumulado do ano
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,24% em junho, abaixo dos 0,26% observados em maio. No acumulado de 2025, o índice chega a 2,99%, enquanto, nos últimos 12 meses, a inflação soma 5,35%, ligeiramente acima dos 5,32% registrados no período anterior. Em junho de 2024, o IPCA havia sido de 0,21%.
Energia elétrica lidera os aumentos no mês
A energia elétrica residencial teve alta de 2,96% em junho, representando o maior impacto individual no IPCA do mês, com 0,12 ponto percentual. A aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 1 adicionou R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Houve ainda reajustes em diversas regiões:
- Belo Horizonte: +8,57% desde 28 de maio
- Porto Alegre: +4,41% a partir de 19 de junho
- Curitiba: +3,28% desde 24 de junho
- Rio de Janeiro: redução de -1,29% a partir de 17 de junho
No acumulado do ano, a energia elétrica já subiu 6,93%, sendo o principal impacto individual do IPCA até junho. Essa variação representa a maior alta para um primeiro semestre desde 2018, quando chegou a 8,02%.
Grupo Habitação registra maior variação entre os setores analisados
Com avanço de 0,99% no mês, o grupo Habitação também foi pressionado pelos reajustes nas tarifas de água e esgoto, com destaque para:
- Brasília: +9,27% desde 1º de junho
- Rio Branco: +2,19% desde 1º de maio
- Curitiba: +2,07% desde 17 de maio
- Porto Alegre: +0,32% desde 4 de maio
Transportes voltam a subir após recuo em maio
O grupo Transportes registrou alta de 0,27% em junho, revertendo a queda de 0,37% em maio. Mesmo com a redução nos preços dos combustíveis (-0,42%), os serviços impulsionaram a inflação do setor:
- Transporte por aplicativo: +13,77%
- Conserto de automóveis: +1,03%
- Táxi: +0,64%, refletindo reajuste médio de 8,71% nas tarifas em Belo Horizonte
Alta moderada no vestuário
O grupo Vestuário subiu 0,75% em junho, com os seguintes destaques:
- Roupa masculina: +1,03%
- Calçados e acessórios: +0,92%
- Roupa feminina: +0,44%
Alimentação tem primeira queda após nove meses em alta
Com o maior peso no IPCA, o grupo Alimentação e bebidas registrou queda de 0,18% em junho, após nove meses consecutivos de alta. A alimentação no domicílio foi determinante para o recuo, passando de 0,02% em maio para -0,43% em junho. Os principais produtos que contribuíram para essa queda foram:
- Ovo de galinha: -6,58%
- Arroz: -3,23%
- Frutas: -2,22%
- Em contrapartida, o tomate subiu 3,25%
Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,46%, abaixo dos 0,58% registrados em maio:
- Lanche: de 0,51% para 0,58%
- Refeição: de 0,64% para 0,41%
A queda no grupo Alimentação reflete diretamente sobre a cadeia agropecuária, sinalizando redução na pressão inflacionária de produtos essenciais de origem agrícola e pecuária.
Variação regional reflete comportamento de energia e alimentos
Entre as regiões pesquisadas, Rio Branco apresentou a maior variação (0,64%), impulsionada pela alta nos preços de energia elétrica (3,99%) e ingressos de cinema e eventos culturais (77,22%), devido ao fim de promoções de meia-entrada. Já Campo Grande teve a menor variação (-0,08%), puxada pela queda nos preços das frutas (-5,15%) e da gasolina (-1,38%).
INPC também desacelera em junho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,23% em junho. No acumulado de 2025, a alta é de 3,08% e, nos últimos 12 meses, o índice chegou a 5,18%, levemente abaixo dos 5,20% registrados anteriormente.
- Produtos alimentícios: de +0,26% em maio para -0,19% em junho
- Não alimentícios: de +0,38% para +0,37%
- As maiores variações regionais do INPC foram:
- Belo Horizonte: +0,55% (energia elétrica +8,54% e gasolina +1,56%)
- Porto Alegre: -0,10% (gasolina -2,56% e produtos de higiene pessoal -1,79%)
Metodologia
Tanto o IPCA quanto o INPC são calculados pelo IBGE. O IPCA considera famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos, enquanto o INPC abrange famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos com chefe assalariado. Os índices abrangem dez regiões metropolitanas e os municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Os dados foram coletados entre 30 de maio e 30 de junho de 2025.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio