Ícone do site Hora 1 MT Notícias

Julho começa com frio intenso, tempo seco e risco de queimadas

O mês de julho, tradicionalmente marcado pelo clima mais frio do ano, começou nesta terça-feira com a atuação de uma massa de ar polar que avança sobre o centro-sul do Brasil. Embora o frio intenso atinja com mais força os estados do Sul, as características típicas do inverno já se fazem presentes em boa parte do país: temperaturas mais amenas, tempo seco prolongado e aumento do risco de queimadas. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê um mês com contrastes climáticos, exigindo atenção especial de produtores rurais, moradores das regiões afetadas e gestores públicos.

Região Sul: frio intenso e chuvas localizadas – Nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a primeira semana de julho já registrou temperaturas abaixo de zero em algumas cidades, com formação de geadas e ocorrência de nevoeiros. A expectativa é que, apesar do início gelado, o restante do mês tenha períodos de aquecimento, especialmente na primeira quinzena. O clima típico de inverno continua, mas com chuvas mais frequentes no Rio Grande do Sul e volumes reduzidos no Paraná, o que pode influenciar o calendário agrícola da região.

Sudeste: tempo seco e temperaturas acima da média – Nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, o cenário previsto para julho é de poucas chuvas e temperaturas mais altas do que o habitual para o período. As frentes frias devem encontrar dificuldade para avançar pela região, reduzindo as chances de quedas bruscas nos termômetros. Com o solo cada vez mais seco, cresce o alerta para incêndios florestais, especialmente em áreas de vegetação nativa e zonas rurais.

Centro-Oeste: estiagem severa e risco elevado de queimadas – Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul enfrentam um período crítico. As chuvas praticamente desaparecem durante o mês de julho e a estiagem se intensifica, criando condições propícias para queimadas e degradação ambiental. Com o acúmulo de matéria seca na vegetação e a umidade do ar em níveis muito baixos, o uso do fogo em atividades agropecuárias deve ser evitado. As temperaturas tendem a ficar acima da média, principalmente durante o dia.

Nordeste: chuva no litoral, seca no interior – A região Nordeste deve apresentar dois comportamentos distintos ao longo do mês. O litoral, especialmente entre o Rio Grande do Norte e a Bahia, segue com volumes significativos de chuva, mantendo umidade e temperaturas mais amenas. Já o interior nordestino enfrenta clima seco, céu aberto e temperaturas acima da média histórica. Essa diferença entre faixas costeiras e áreas do sertão reforça a necessidade de manejo adequado dos recursos hídricos.

Norte: extremos de umidade e calor – O Norte do país também apresenta contrastes. Enquanto o norte do Amazonas, Amapá e parte do Pará ainda recebem chuvas regulares, o restante da região, incluindo Tocantins, Acre e Rondônia, já enfrenta os efeitos do período seco. As temperaturas permanecem elevadas, com dias abafados e noites quentes. As queimadas devem aumentar especialmente em áreas de transição com o Cerrado, como no sul do Pará e no Tocantins, exigindo atenção redobrada.

Riscos associados – Julho é também um mês de alerta para episódios de geadas no Sul, nevoeiros densos nas madrugadas e grande variação de temperatura entre o dia e a noite em diversas regiões. Embora seja difícil prever com exatidão qual será o dia mais frio de 2025, a tendência é de que os termômetros cheguem aos seus menores valores justamente neste mês, sobretudo no Sul e em áreas serranas do Sudeste.

Além das baixas temperaturas em alguns pontos, o que mais preocupa os especialistas é o aumento do risco de queimadas, consequência direta do tempo seco, da baixa umidade e da vegetação suscetível. Em 2024, segundo o MapBiomas, o Brasil perdeu mais de 30 milhões de hectares para o fogo — número 62% superior à média histórica. A tendência é que esse número cresça agora em 2025, especialmente no Cerrado, no norte do Mato Grosso, sul do Pará e no oeste da Bahia.

Fonte: Pensar Agro

Sair da versão mobile