Mercado da soja segue pressionado por cautela, limitações logísticas e clima favorável nos EUA

0
13
Cautela domina comercialização da soja no Sul do Brasil

A comercialização da soja segue com ritmo lento e marcada pela cautela no Sul do país. No Rio Grande do Sul, os preços estão sob pressão devido à estiagem que afetou significativamente a produtividade da safra. De acordo com a TF Agroeconômica, os valores reportados para julho (entrega e pagamento no fim do mês) giram em torno de R$ 135,00 no porto. No interior, os preços variam conforme a praça:

  • R$ 129,00 em Cruz Alta (pagamento 30/07, para exportador)
  • R$ 129,00 em Passo Fundo (pagamento fim de agosto)
  • R$ 129,00 em Ijuí e Santa Rosa/São Luiz (pagamento no final de agosto)
Em Panambi, o preço caiu para R$ 118,00 por saca ao produtor

Em Santa Catarina, o cenário também é de prudência. A logística tem sido um ponto de atenção, com foco em evitar gargalos no escoamento e preservar a qualidade dos grãos. O estado aposta em melhorias via Plano Safra para reforçar a infraestrutura. O início do vazio sanitário em julho também reforça o compromisso fitossanitário estadual. No porto de São Francisco, a saca é cotada a R$ 135,28, com queda de 0,65%.

No Paraná, os preços variam entre as principais regiões produtoras:

  • Paranaguá: R$ 135,44 (-0,12%)
  • Cascavel: R$ 122,63 (-0,52%)
  • Maringá: R$ 120,98 (-0,21%)
  • Ponta Grossa: R$ 122,91 (-0,30%) no FOB e R$ 118,00 no balcão
  • Pato Branco: R$ 135,28 (-0,65%)
Mato Grosso do Sul e Mato Grosso enfrentam gargalos logísticos e de armazenagem

Apesar do crescimento nas exportações, a falta de estrutura de armazenagem ainda limita os negócios em Mato Grosso do Sul. Mesmo com o aumento do uso da hidrovia do Paraguai, os gargalos internos comprometem a eficiência da comercialização e restringem os ganhos dos produtores. Os preços da soja no mercado spot giram em torno de:

  • R$ 119,98 em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia (+0,03%)
  • R$ 107,84 em Chapadão do Sul (+0,21%)

No Mato Grosso, mesmo com a safra recorde registrada em Sorriso e avanço nas vendas, a rentabilidade dos produtores segue impactada pela dependência de infraestrutura privada. A Aprosoja MT tem intensificado ações para ampliar a construção de silos nas propriedades, buscando maior autonomia comercial. Os preços nas principais praças são:

  • Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis: R$ 115,59
  • Lucas do Rio Verde e Nova Mutum: R$ 111,92
  • Sorriso: R$ 111,46
Soja opera com estabilidade em Chicago antes de relatório do USDA

Na Bolsa de Chicago, o mercado da soja manteve-se estável na manhã desta quinta-feira (10), com os investidores adotando uma postura de cautela à espera do novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para sexta-feira (11). Às 7h20 (horário de Brasília), o contrato de agosto registrava leve queda de 2 pontos, cotado a US$ 10,07, enquanto o de novembro subia 1,75 ponto, para US$ 10,09 por bushel.

As novas tarifas anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump, que incluem uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros, continuam no radar dos traders, aumentando a volatilidade do mercado.

Clima favorável nos EUA pressiona cotações e derivados da soja

Na quarta-feira (9), os contratos futuros da soja encerraram o dia em baixa, com destaque para o contrato de agosto, que caiu 1,20% (12,25 cents), fechando a US$ 10,09 por bushel, e o de setembro, que recuou 1,09%, a US$ 9,9750. A pressão veio das boas condições climáticas nas lavouras dos EUA e dos ajustes dos investidores antes do relatório do USDA.

Os derivados da oleaginosa também apresentaram recuo:

  • Farelo de soja para agosto: queda de 0,48%, cotado a US$ 269,40/ton curta
  • Óleo de soja: recuo de 1,52%, a US$ 53,29/libra-peso

As previsões climáticas indicam chuvas consistentes nos próximos dias no Centro-Oeste dos EUA, especialmente nas regiões Norte e Oeste do cinturão agrícola, o que pode favorecer o desenvolvimento das lavouras e, por consequência, pressionar ainda mais os preços.

Além disso, a ausência de compras chinesas da nova safra norte-americana gera incerteza entre os traders, que veem uma possível mudança na origem das importações — o que pode beneficiar exportadores como o Brasil no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio