Mercado de milho segue travado no Sul, enquanto contratos futuros registram alta na B3 e em Chicago

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O mercado de milho no Sul do Brasil permanece com baixa liquidez e negociações pontuais. De acordo com a consultoria TF Agroeconômica, os compradores seguem cautelosos e as ofertas dos produtores ainda estão acima do que o mercado está disposto a pagar.

No Rio Grande do Sul, as indicações de compra recuaram para:

  • R$ 65,00/saca em Santa Rosa e Ijuí;
  • R$ 66,00 em Não-Me-Toque;
  • R$ 68,00 em Marau, Gaurama e Seberi;
  • R$ 69,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro.

Enquanto isso, os vendedores mantêm pedidas entre R$ 66,00 e R$ 70,00, sem sucesso nas negociações.

Em Santa Catarina, descompasso entre oferta e demanda

O cenário em Santa Catarina também é de mercado travado. A produção segue em alerta e os preços seguem desalinhados:

  • No Planalto Norte, as pedidas estão firmes em R$ 80,00/saca, com ofertas de até R$ 75,00.
  • Em Campos Novos, os vendedores pedem entre R$ 83,00 e R$ 85,00, enquanto as ofertas CIF não ultrapassam R$ 75,00.

As cooperativas mantêm os seguintes valores:

  • R$ 69,00 em Papanduva;
  • R$ 70,00 em Campo Alegre;
  • R$ 71,00 nas regiões Oeste e Serrana.
No Paraná, cautela dos compradores mantém lentidão

No Paraná, o mercado segue com poucas negociações e estabilidade nas cotações. A resistência dos produtores nas pedidas e o receio dos compradores em fechar novos negócios mantêm o cenário travado.

Nos Campos Gerais, os preços são:

  • R$ 76,00/saca FOB, com negócios pontuais a até R$ 80,00;
  • Ofertas CIF para junho permanecem em R$ 73,00, principalmente destinadas ao setor de rações.
Clima e colheita atrasada afetam o mercado no Mato Grosso do Sul

O Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário de liquidez reduzida e poucas negociações. A ausência de interesse entre as partes é atribuída à combinação de colheita atrasada e impacto climático.

As cotações mais recentes apontam queda:

  • R$ 48,00 em Dourados e Maracaju;
  • R$ 49,00 em Campo Grande;
  • R$ 50,00 em Sidrolândia;
  • R$ 47,00 em Chapadão do Sul, que ainda tenta recuperar perdas anteriores.
Alta nos contratos futuros de milho na B3 impulsionada por cenário externo

Na B3, os contratos futuros de milho encerraram a quarta-feira em alta, puxados pela valorização em Chicago, redução nas exportações argentinas e atraso na colheita brasileira. Também pesaram os aumentos nos custos logísticos e a revisão da Anec que cortou em 46% a expectativa de exportações do Brasil em junho.

Cotações dos contratos futuros na B3:

  • Julho/25: alta de R$ 0,27, fechando a R$ 62,51;
  • Setembro/25: alta de R$ 0,67, cotado a R$ 62,61;
  • Novembro/25: avanço de R$ 0,51, a R$ 66,72.

Na variação semanal:

  • Setembro registrou valorização de R$ 0,28;
  • Julho caiu R$ 1,44;
  • Novembro recuou R$ 0,07.
Chicago fecha a semana com ganhos, apoiada por exportações e acordos comerciais

Na Bolsa de Chicago, o milho também teve uma semana positiva.

  • Setembro: alta de 0,54% (2,25 cents/bushel), encerrando a 420,25;
  • Dezembro: alta de 0,81% (3,50 cents/bushel), a 437,00.

Os ganhos foram impulsionados por:

  • Aumento de 40,72% nas vendas de exportação, com destaque para a nova safra;
  • Venda confirmada de 150 mil toneladas pelo USDA para destinos não especificados;
  • Acordo comercial entre EUA e Vietnã e perspectivas de negócios com UE e Japão;
  • Aumento das tarifas de exportação na Argentina.

Por outro lado, o avanço da colheita no Brasil, a boa situação das lavouras nos EUA (com apenas 12% sob seca) e a colheita argentina (com 61,7% da área já colhida) atuaram como freios na valorização.

Mesmo assim, o milho fechou a semana com valorização acumulada de 2,13% (8,75 cents/bushel) em Chicago.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio