Levantamento aponta cenário positivo no setor
O mercado de terneiros em Santa Catarina apresenta sinais claros de recuperação em 2025. Um levantamento realizado pelo Grupo de Melhoramento Genético (GMG) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), avaliou 82 leilões realizados no primeiro semestre em diferentes regiões do estado, destacando a retomada da pecuária de corte catarinense.
Crescimento no número de leilões
De acordo com o professor Diego Cucco, responsável pelo GMG/Udesc, houve um leve aumento no número de leilões em comparação com 2024. As regiões Oeste, Meio-Oeste e Planalto Serrano mantêm-se como os principais polos de comercialização:
- Oeste: 27 leilões – aumento de 18,52% em relação a 2024
- Meio-Oeste: 22 leilões – um a mais do que no ano anterior
- Planalto Serrano: 22 leilões – pequena redução
- Demais regiões: 11 leilões
Confiança do produtor e valorização dos animais
Para o presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, o aumento na quantidade de leilões reflete a confiança do produtor rural, que volta a investir diante da expectativa de margens melhores e da alta qualidade dos animais, fruto da adoção de tecnologias e novas práticas de manejo.
Segundo Pedrozo, os leilões de terneiros são referência para o setor agropecuário no estado e o monitoramento feito pela Udesc é essencial para que o pecuarista acompanhe as oscilações de preços com precisão. “Identificar tendências de valorização ou desvalorização é decisivo para o planejamento da produção, manejo e comercialização”, destacou.
Tendência de antecipação nas vendas
O estudo do GMG/Udesc também aponta uma mudança no calendário de comercialização. A análise da distribuição mensal dos leilões revela uma antecipação nas vendas, com destaque para:
- Março: expressivo aumento no número de eventos
- Abril: mês com maior concentração de leilões
Essa antecipação pode estar relacionada a fatores como maior eficiência reprodutiva, estações de monta mais precoces e aumento na densidade de partos no início da estação de parição.
Desafios com pastagens de inverno
A antecipação das vendas levanta preocupações sobre a compatibilidade com a disponibilidade de pastagens de inverno, importantes para os recreadores. Cucco questiona a viabilidade de antecipar o plantio dessas pastagens e alerta para desafios como:
- Condições climáticas adequadas
- Disponibilidade de variedades
- Integração lavoura-pecuária, considerando que as lavouras de verão ainda podem estar em colheita
Recuperação dos preços em 2025
A temporada de 2025 marcou uma recuperação expressiva nos preços, revertendo a tendência de queda observada em 2024. A valorização foi linear tanto para machos quanto para fêmeas:
- Fêmeas: desvalorização de apenas 5% em relação aos machos, menor que no ano anterior
- Planalto Serrano: voltou a registrar preços médios superiores, repetindo comportamento de ciclos anteriores
Preço médio:
- Machos: R$ 13,70/kg de peso vivo
- Fêmeas: R$ 12,99/kg de peso vivo
- Valorização média: 24% em comparação com 2024
Projeções para a safra de 2026
Após três anos consecutivos de retração, o atual cenário traz otimismo para os produtores. “Estamos voltando a respirar bons ares na pecuária de corte”, afirmou Cucco. No entanto, ele alerta para a influência de fatores imprevisíveis, como eventos sanitários, econômicos e geopolíticos, que podem alterar o cenário de forma rápida.
Boletins e análises seguem no segundo semestre
O GMG/Udesc divulgou 14 boletins semanais no primeiro semestre, com análises detalhadas dos resultados dos leilões. Para os próximos meses, está prevista a divulgação dos dados referentes aos leilões de reprodutores.
Mais informações podem ser acompanhadas no programa “Conexão Udesc e a Produção Animal” e no Instagram do grupo: @gmg_udesc.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio