Início da semana com recuo nas cotações internacionais
O mercado do açúcar abriu a semana com leve desvalorização nas bolsas internacionais, após a pausa nas negociações na última sexta-feira (4), feriado da Independência dos Estados Unidos.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos com vencimento em outubro de 2025 são negociados a 16,34 cents de dólar por libra-peso, com queda de 0,24%. Já os papéis com entrega para março de 2026 operam a 17,04 cents/lb, com recuo de 0,12%.
Na Bolsa de Londres, o movimento também é de baixa: o contrato com vencimento em agosto de 2025 é cotado a US$ 476,70 por tonelada, queda de 0,85%.
Exportações brasileiras crescem em junho
Apesar da pressão nos preços, o Brasil registrou desempenho expressivo nas exportações de açúcar em junho. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país exportou 3,36 milhões de toneladas do adoçante no mês — um crescimento de 5,2% em relação a junho de 2024.
Esse volume é o maior registrado desde novembro de 2023, quando os embarques somaram 3,39 milhões de toneladas. O avanço é reflexo da intensificação da colheita de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país.
Pressão baixista marcou o mês de junho
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, junho foi um mês de forte pressão no mercado internacional de açúcar. O contrato de açúcar bruto com entrega em outubro fechou o mês cotado a 16,20 cents/lb, contra 17,23 cents/lb no fim de maio — uma queda acumulada de 6%.
Com isso, os preços se mantêm nos menores níveis em mais de quatro anos.
Safra asiática promissora influencia o mercado
A principal causa da queda nos preços é a expectativa de uma safra robusta em 2025/26 nos principais países produtores da Ásia, especialmente a Índia. A antecipação das chuvas de monção favorece o desenvolvimento dos canaviais, o que deve aumentar a oferta global e pressionar ainda mais as cotações do açúcar.
Mais cana para açúcar no Brasil
No cenário doméstico, dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) revelam que a destinação da cana para produção de açúcar atingiu 51,5% na primeira quinzena de junho, ante 49,7% no mesmo período do ano anterior.
Mesmo diante da retração nos preços, a produção de açúcar segue mais rentável que a de etanol para as usinas brasileiras.
Mudança na política de etanol pode reequilibrar oferta
Entretanto, o cenário pode começar a mudar. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou recentemente o aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% — o chamado E30.
A medida pode tornar o etanol mais competitivo em relação ao açúcar, incentivando as usinas a redirecionarem parte da cana-de-açúcar para a produção de biocombustíveis. Isso poderia reduzir a oferta global de açúcar e, consequentemente, favorecer uma recuperação nos preços futuros do adoçante.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio