Mercado do açúcar oscila com influência do petróleo, câmbio e clima; exportações seguem aquecidas

0
9
Oscilação nos preços internacionais

O mercado internacional do açúcar apresentou comportamento volátil nos últimos dias, alternando entre altas e baixas nas bolsas de Nova York e Londres. Nesta segunda-feira (14), os contratos futuros do açúcar bruto abriram em leve baixa, devolvendo parte dos ganhos obtidos na semana anterior. O contrato com vencimento em outubro/25 recuava 0,36%, cotado a 16,51 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o março/26 caía 0,41%, para 17,18 centavos.

Esse movimento de correção ocorre após uma forte valorização na sexta-feira (11), quando os preços subiram impulsionados pela alta do petróleo tipo WTI, que superou 2%. A elevação do petróleo aumenta a competitividade do etanol frente à gasolina, o que pode incentivar as usinas a direcionarem mais cana-de-açúcar para a produção do biocombustível, reduzindo a oferta de açúcar no mercado global.

Influência do clima e das sanções comerciais

A recuperação recente dos preços também refletiu variáveis como condições climáticas, indicadores técnicos e sinais de consumo. Apesar do avanço da colheita no Brasil e da redução nas preocupações climáticas, a demanda externa — com destaque para compras do Paquistão e das Filipinas — ajudou a conter a pressão de baixa.

Por outro lado, o mercado segue atento às tensões geopolíticas e ao possível aumento das sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, como sinalizado pelo ex-presidente Donald Trump. Além disso, agentes do setor monitoram os impactos das novas tarifas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano, com início previsto para 1º de agosto. No caso do açúcar, os efeitos tendem a ser limitados, uma vez que o Brasil exporta parte significativa dos volumes dentro de cotas isentas.

Cenário interno: produtividade afetada e exportações em alta

No Brasil, a produtividade e a qualidade da cana seguem abaixo do esperado, influenciadas por geadas registradas no fim de junho e pelos efeitos remanescentes da estiagem e das queimadas da safra anterior. Apesar disso, a valorização do dólar frente ao real tem estimulado as exportações.

Segundo a agência marítima Williams Brasil, até 9 de julho, 91 navios aguardavam para embarcar açúcar nos portos brasileiros, volume superior aos 80 da semana anterior. A carga programada para embarque alcança 3,676 milhões de toneladas, ante 3,205 milhões na semana anterior.

Exportações: receita e volume

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até 4 de julho, o Brasil já havia exportado 677.351 toneladas de açúcar e melaços, com receita acumulada de US$ 281 milhões. A média diária foi de 169,3 mil toneladas, com receita de US$ 70,3 milhões e preço médio de US$ 415 por tonelada.

Na comparação com julho de 2024, o volume embarcado cresceu 3%, enquanto o valor médio diário caiu 7,1% e o preço médio por tonelada recuou 9,8%, ante os US$ 460 registrados no mesmo período do ano anterior.

Bolsas internacionais e mercado físico

Na ICE Futures, em Nova York, os contratos de açúcar bruto encerraram a sexta-feira (11) em alta. O contrato outubro/25 subiu 31 pontos, fechando a 16,57 centavos de dólar por libra-peso. Já o março/26 avançou 30 pontos, sendo negociado a 17,25 centavos.

Em Londres, o açúcar branco também registrou valorização. O contrato agosto/25 subiu US$ 1,20, fechando a US$ 483,70 por tonelada, enquanto o outubro/25 teve alta de US$ 7,00, negociado a US$ 479,20.

No mercado físico brasileiro, o Indicador Cepea/Esalq (USP) apontou leve alta na cotação do açúcar cristal, que foi vendido a R$ 116,09 a saca de 50 quilos, com variação positiva de 0,16%.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio