Clima continua ditando o ritmo das cotações
O mercado internacional do café iniciou esta terça-feira (8) operando em campo misto, com oscilações nos preços tanto para o arábica quanto para o robusta. Segundo o analista de mercado Marcelo Moreira, da Archer Consulting, o cenário segue sendo fortemente influenciado pelo chamado “mercado de clima”, com destaque para a possibilidade de novas frentes frias no Brasil durante os próximos 80 dias de inverno.
Moreira observa que, caso essas frentes frias se confirmem, há chance de reversão significativa na tendência de baixa atual, impulsionada por fundos e especuladores. “Caso contrário, não vejo motivo para o mercado retomar os patamares de 300 a 350 centavos de dólar por libra-peso no curto ou médio prazo”, analisou.
Fundamentos permanecem frágeis
De acordo com boletim do Escritório Carvalhaes, os fundamentos do mercado continuam pressionados: estoques historicamente baixos tanto em países produtores quanto consumidores, clima irregular e um frágil equilíbrio entre oferta e demanda global. A entrada da nova safra brasileira neste segundo semestre aumenta a expectativa de maior oferta, o que tem levado fundos e especuladores a forçar a queda das cotações futuras.
Por volta das 9h20 (horário de Brasília), os contratos do café arábica operavam com comportamento variado:
- Julho/25: queda de 1.260 pontos, a 280,05 cents/lbp
- Setembro/25: alta de 225 pontos, a 280,50 cents/lbp
- Dezembro/25: aumento de 180 pontos, a 275,00 cents/lbp
No mercado do robusta, os contratos apresentavam:
- Julho/25: baixa de US$ 151, a US$ 3.819 por tonelada
- Setembro/25: alta de US$ 2, a US$ 3.528 por tonelada
- Novembro/25: avanço de US$ 2, a US$ 3.465 por tonelada
Nova York encerra com forte queda na véspera
Na segunda-feira (7), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registrou forte queda nos preços do café arábica, refletindo um retorno volátil após três dias sem pregão devido ao feriado de 4 de julho nos Estados Unidos. Apesar de uma tentativa de recuperação técnica, o mercado voltou a cair com intensidade, influenciado pela valorização do dólar frente ao real e outras moedas.
Além da pressão cambial, o mercado sentiu o impacto da entrada da safra brasileira e da Indonésia, além de informações positivas sobre a produção e exportações de robusta no Vietnã. No caso do arábica, mesmo com estimativas de uma produção abaixo do potencial no Brasil, a sazonalidade da colheita e o clima favorável para a sua evolução reforçam a tendência de baixa.
Outro fator que contribui para o enfraquecimento das cotações é a demanda reduzida no Hemisfério Norte durante o verão, combinada com incertezas econômicas globais.
Os contratos para setembro/2025 fecharam a 278,25 centavos de dólar por libra-peso, queda de 11,35 centavos (ou 3,9%), enquanto a posição dezembro/2025 encerrou a 273,20 centavos, baixa de 10,95 centavos (ou 3,8%).
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio