Mercado do milho segue travado nas principais regiões do Brasil, mas cotações sobem na B3 e em Chicago

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Mercado interno com baixa liquidez e negociações travadas

O mercado de milho no Brasil continua operando com baixa liquidez e enfrentando impasses entre compradores e vendedores, segundo análise da TF Agroeconômica. A dificuldade de avanço nas negociações reflete a falta de consenso nos preços e a cautela dos agentes diante de um cenário de incertezas produtivas.

Rio Grande do Sul depende do milho de fora

No Rio Grande do Sul, a comercialização segue travada e fortemente dependente da entrada de milho de outras regiões. As indicações de compra recuaram e não atraem vendedores. Os pedidos para entrega em agosto variam entre R$ 66,00 e R$ 70,00, sem avanço nas negociações.

Santa Catarina: mercado congelado

Em Santa Catarina, a situação também é de estagnação. No Planalto Norte, vendedores pedem R$ 80,00 por saca, enquanto as ofertas não passam de R$ 75,00. Em Campos Novos, o descompasso é ainda maior, com pedidas entre R$ 83,00 e R$ 85,00 e ofertas CIF limitadas a R$ 75,00, impedindo a concretização de negócios.

Paraná: resistência de produtores trava o mercado

No Paraná, o cenário é semelhante. O milho disponível nos Campos Gerais é ofertado a R$ 76,00/saca FOB, com registros pontuais de R$ 80,00, enquanto as ofertas CIF permanecem em R$ 73,00, principalmente voltadas à indústria de rações. A resistência dos produtores e a cautela dos compradores mantêm o mercado praticamente paralisado.

Mato Grosso do Sul: queda nas cotações e atraso na colheita

No Mato Grosso do Sul, o mercado também está travado. Houve quedas expressivas nas cotações em todas as regiões, com destaque para Sidrolândia, onde os preços caíram ainda mais. A colheita da segunda safra está atrasada, com apenas 6,2% da área colhida até 27 de junho, contra 15,3% no mesmo período de 2023. A incerteza quanto à produtividade e os efeitos do clima dificultam o avanço das negociações.

Milho em alta na B3 com apoio do dólar e incertezas externas

Apesar da lentidão no mercado físico, os contratos futuros de milho encerraram o dia em alta na B3, impulsionados pela valorização do dólar e pela preocupação com os impactos de possíveis tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

  • Julho/25: R$ 62,99 (+R$ 0,75 no dia e na semana)
  • Setembro/25: R$ 63,80 (+R$ 1,35 no dia, +R$ 1,86 na semana)
  • Novembro/25: R$ 67,72 (+R$ 1,13 no dia, +R$ 1,51 na semana)

Segundo a TF Agroeconômica, a lentidão na colheita limita as exportações, mas a capacidade de recuperação dos produtores brasileiros pode equilibrar o mercado nos próximos meses.

Chicago também registra altas com compras de oportunidade

No mercado internacional, o milho apresentou valorização com destaque para compras de oportunidade após os preços caírem abaixo dos US$ 4/bushel, o que reduziu o interesse de venda por parte dos produtores norte-americanos.

  • Setembro/24: US$ 399,25 (+0,31% ou +1,25 cents/bushel)
  • Dezembro/24: US$ 415,50 (+0,30%)

O avanço foi reforçado por dados da Administração de Informação de Energia (EIA), que indicaram aumento na produção diária de etanol nos EUA para 1,085 milhão de barris, além de uma redução de 1% nos estoques semanais.

Leilões internacionais contribuem para cenário positivo

Além dos fatores internos, leilões internacionais também influenciaram o mercado. Compras feitas por Irã e Tunísia favoreceram a demanda, mesmo com a recusa da Coreia do Sul em razão dos preços considerados elevados. Esses elementos, aliados à valorização do dólar, sustentam a tendência de alta no curto prazo, mesmo diante de um mercado físico ainda travado no Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio