A comercialização do milho em julho permanece desafiadora para os produtores. Com preços de balcão variando entre R$ 38 e R$ 69 por saca nas principais regiões produtoras, frente a um custo médio de produção de R$ 70,31 por saca, segundo o Deral, vender o grão nesta época significa operar no prejuízo. Mesmo com produtividade maior em algumas áreas, o cenário segue complicado.
Consultoria recomenda atenção ao perfil de venda
Segundo análise da TF Agroeconômica, julho é tradicionalmente o pior mês para vender milho. A consultoria aconselha produtores que precisem liquidar dívidas a converter o milho físico em contratos futuros na Bolsa Brasileira (B3), aproveitando as altas sazonais que costumam ocorrer no segundo semestre. A TF alerta ainda para os “custos invisíveis” do carregamento dessas posições — como armazenagem e custo de oportunidade — que impactam os preços oferecidos.
Fatores que influenciam a alta e a pressão nos preços
Entre os elementos que podem favorecer a alta, está o recente relatório do USDA, que elevou as estimativas de exportação dos EUA para a safra 2024/25 a 69,85 milhões de toneladas — um novo recorde — e reduziu a projeção dos estoques finais para 2025/26. No Brasil, a previsão de produção foi ajustada para 132 milhões de toneladas, em linha com a Conab, enquanto a Argentina manteve suas estimativas inalteradas.
Por outro lado, os preços do milho seguem pressionados pela entrada da safra brasileira no mercado, pelas condições climáticas favoráveis no Centro-Oeste e pelas mínimas históricas registradas no milho americano em Chicago, reflexo das tensões tarifárias entre EUA e Canadá. A expectativa é que, com o avanço da colheita e do escoamento, os preços ganhem força nos próximos meses.
Mercado brasileiro abre semana em queda
Na segunda-feira (14), os contratos futuros do milho na B3 operavam em queda. Por volta das 10h (horário de Brasília), o vencimento julho/25 era negociado a R$ 62,95, com leve recuo de 0,08%. Outros contratos, como setembro/25 (R$ 63,65), novembro/25 (R$ 66,93) e janeiro/26 (R$ 71,12) também registravam desvalorizações próximas a 0,3%.
Mercado externo reage com alta moderada
No mercado internacional, a Bolsa de Chicago (CBOT) iniciou a semana com alta para a maioria dos contratos futuros do milho. Por volta das 9h44 (horário de Brasília), o contrato julho/25 valia US$ 3,98, com leve queda, enquanto os contratos setembro/25 (US$ 3,99), dezembro/25 (US$ 4,16) e março/26 (US$ 4,32) apresentavam ganhos entre 3 e 3,75 pontos.
A alta foi impulsionada pela redução das estimativas do USDA para os estoques domésticos de milho, que ficaram abaixo do esperado para o atual ano comercial e o próximo, segundo analistas consultados pela Successful Farming.
Contratos futuros em destaque na B3 e Chicago
Na última sexta-feira (12), os contratos futuros de milho na B3 encerraram em alta, com o vencimento setembro/25 se destacando, fechando a R$ 63,98, valorização diária de R$ 1,03 e semanal de R$ 1,76. A valorização foi atribuída principalmente à alta do dólar, que subiu 2,28% nos últimos dias, e à resistência dos preços futuros, mesmo com queda no mercado físico.
Por sua vez, o indicador Cepea teve recuo semanal de 1,78%, enquanto o contrato setembro/25 da B3 avançou 2,83%, ficando R$ 1,07 acima do preço físico.
A safra brasileira para 2025 deve se manter estável, com estimativas da Conab e USDA em torno de 132 milhões de toneladas. As projeções divergem em relação às exportações: o USDA prevê 43 milhões de toneladas, contra 36 milhões da Conab.
Já na Bolsa de Chicago, os preços do milho fecharam a semana em queda, pressionados pelas tarifas comerciais impostas pelo governo Trump. O contrato setembro/25 recuou 0,81% para US$ 3,96 por bushel, enquanto o dezembro/25 caiu 1,02%, para US$ 4,12 por bushel.
Tensão comercial e oferta influenciam mercado global
O aumento das tarifas comerciais — 35% sobre o Canadá e 30% sobre México e Europa — ampliou a aversão ao risco e contribuiu para a queda das cotações no mercado internacional, que acumularam baixa semanal de 5,77%, equivalente a 24,25 cents por bushel.
Apesar da demanda aquecida, a ampla oferta americana e a revisão para cima da safra brasileira mantêm os compradores cautelosos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio