Na segunda quinzena de junho, as usinas do Centro-Sul processaram 42,71 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 12,86% inferior ao registrado no mesmo período da safra passada, quando foram moídas 49,01 milhões de toneladas.
No acumulado da safra 2025/2026 até 1º de julho, a moagem somou 206,2 milhões de toneladas, queda de 14,06% em relação ao mesmo intervalo do ciclo 2024/2025 (239,95 milhões de toneladas).
Número de unidades em operação se mantém estável
Ao final da quinzena, 257 unidades estavam em operação na região Centro-Sul, sendo:
- 237 usinas com moagem de cana-de-açúcar,
- 10 unidades que produzem etanol a partir do milho,
- 10 usinas flex.
Na mesma quinzena da safra anterior, eram 259 unidades em atividade: 240 de cana, 9 de milho e 10 flex.
Qualidade da cana e produtividade em queda
O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) caiu para 131,53 kg por tonelada de cana na segunda quinzena de junho, uma redução de 6,17% frente aos 140,18 kg/t do mesmo período da safra anterior.
No acumulado da safra, o ATR médio é de 122,19 kg/t — retração de 4,79%.
Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira, a produtividade agrícola também sofreu queda de quase 11% entre abril e junho.
De acordo com Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, a combinação da baixa produtividade com a queda na qualidade da matéria-prima resultou em uma redução superior a 15% na quantidade total de ATR por hectare colhido.
Produção de açúcar registra queda expressiva
Na segunda quinzena de junho, a produção de açúcar totalizou 2,84 milhões de toneladas — 12,98% a menos do que as 3,27 milhões de toneladas do mesmo período de 2024.
Desde o início da safra até 1º de julho, a produção acumulada do adoçante foi de 12,25 milhões de toneladas, contra 14,29 milhões no ciclo anterior, queda de 14,25%.
Etanol também tem queda, com exceção do etanol de milho
A produção total de etanol nas últimas duas semanas de junho foi de 1,92 bilhão de litros, sendo:
- 1,17 bilhão de litros de etanol hidratado (-17,70%)
- 742,96 milhões de litros de etanol anidro (-17,00%)
Desde o início da safra, a produção soma 9,43 bilhões de litros (-14,81%), com:
- 6,12 bilhões de litros de hidratado (-13,84%)
- 3,31 bilhões de litros de anidro (-16,55%)
Já o etanol produzido a partir do milho cresceu 22,57% na quinzena, com 373,62 milhões de litros. No acumulado da safra, a alta é de 22,12%, totalizando 2,18 bilhões de litros.
Vendas de etanol caem em junho
As vendas de etanol em junho totalizaram 2,8 bilhões de litros, recuo de 3,58% em relação ao mesmo mês da safra anterior. Os números foram:
- Etanol hidratado: 1,78 bilhão de litros (-4,63%)
- Etanol anidro: 1,02 bilhão de litros (-1,68%)
No mercado interno, as unidades do Centro-Sul venderam 1,71 bilhão de litros de etanol hidratado, com queda de 6,23%.
Apesar do recuo nas vendas, o etanol hidratado foi mais vantajoso do que a gasolina em mais da metade dos municípios monitorados pela ANP, com destaque para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
Segundo Rodrigues, a paridade média nacional ficou em 66,8%, indicando viabilidade econômica e ambiental para os consumidores.
As vendas de anidro totalizaram 981,64 milhões de litros (-0,72%). Com a entrada em vigor do E30, a expectativa é de aumento da demanda nas próximas quinzenas, posicionando o anidro como um combustível com menor pegada de carbono.
No acumulado da safra, as vendas totais de etanol atingiram 8,56 bilhões de litros (-2,59%), com:
- 5,49 bilhões de litros de hidratado (-5,10%)
- 3,07 bilhões de litros de anidro (-2,24%)
CBios: 80% da meta de 2025 já foi atingida
Até o dia 11 de julho, produtores de biocombustíveis emitiram 22,58 milhões de CBios em 2025. O total de créditos de descarbonização disponíveis para negociação — somando emissores e partes obrigadas e não obrigadas — chegou a 27,49 milhões.
Segundo Luciano Rodrigues, somando os CBios disponíveis e os já aposentados, cerca de 80% da meta estabelecida pelo programa RenovaBio para este ano já foi cumprida.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio