Nova tarifa dos EUA ameaça exportações brasileiras de carne, café e suco de laranja

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A nova tarifa de 50% anunciada no dia 9 de julho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, é a mais alta entre as medidas tarifárias divulgadas até o momento. Segundo relatório Radar Agro, elaborado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, o aumento pode comprometer seriamente a competitividade dos produtos do agronegócio brasileiro no mercado norte-americano, com risco de inviabilizar parte das exportações, dependendo do desenrolar das negociações comerciais.

Commodities mais afetadas

Entre os produtos mais atingidos pela nova alíquota estão café, celulose, suco de laranja e carne bovina — todos com forte peso na balança comercial brasileira.

Caso a tarifa de 50% seja mantida e somada a outras já existentes, como os 26,4% aplicados à carne bovina e os 10% sobre café e suco de laranja (que podem alcançar até 60%, conforme o produto), o impacto no setor agroexportador pode ser significativo.

Além desses itens, ovos e pescados — embora com menor representatividade nas exportações — também possuem presença relevante nos Estados Unidos e podem ser prejudicados pela medida.

Impactos sobre o câmbio e a produção agrícola

O Itaú BBA alerta que o cenário pode pressionar o câmbio. Uma eventual piora nas relações comerciais entre os dois países pode levar à desvalorização do real, o que teria efeitos mistos sobre o agronegócio brasileiro.

  • Pontos positivos:
    • A moeda brasileira mais fraca pode aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e melhorar os preços recebidos pelos produtores em reais. Essa situação tende a estimular as exportações, especialmente de soja e milho — este último com potencial para ganhar espaço em novos embarques.
  • Pontos negativos:
    • Por outro lado, um dólar mais alto eleva os custos de produção, já que boa parte dos insumos agrícolas é importada. Isso inclui fertilizantes e defensivos agrícolas, que ficam mais caros e pressionam as margens dos produtores.
    • No caso dos fertilizantes — que já operam com preços elevados — a situação pode se agravar, deteriorando ainda mais a relação de troca com os grãos, o que reduz o poder de compra do produtor rural.

O setor agroexportador brasileiro acompanha com atenção os desdobramentos das tarifas impostas pelos EUA. As negociações nos próximos dias serão cruciais para determinar os impactos reais sobre as exportações e a sustentabilidade da produção agrícola nacional diante dos novos custos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio