Geração de renda aliada à preservação ambiental
No Sul de Minas, a produção de pinhão, semente da araucária, tem se destacado como uma atividade que equilibra a geração de renda com a preservação do ecossistema da Serra da Mantiqueira. Em Delfim Moreira, um dos principais polos produtores do estado, a safra estimada para 2024 é de cerca de 500 mil quilos.
O município conta com aproximadamente 1.000 hectares de araucárias produtivas. Quando os pinhões amadurecem e caem, são coletados pelos extrativistas locais. Segundo Joelma Pádua, secretária municipal de Agricultura, a produção média chega a 60 kg por árvore, gerando uma renda anual estimada em R$ 3,5 milhões. “Esse manejo sustentável mantém o equilíbrio do ecossistema e assegura o sustento dos produtores”, destaca.
Parcerias para ampliar a produção e o processamento
Para fortalecer o setor, a prefeitura firmou parcerias importantes. Uma delas é com a Embrapa Florestas e a empresa Avon, que juntas planejam inaugurar uma unidade de processamento de pinhão ainda na próxima safra. A iniciativa visa diversificar os produtos oferecidos e garantir o fornecimento durante o ano todo, possibilitando melhores preços para os produtores.
Incentivo ao plantio de araucárias
O viveiro municipal desempenha papel fundamental na preservação da espécie, produzindo mudas de araucária enxertada que são doadas aos agricultores da região. Até o momento, mais de 400 mudas já foram plantadas. Túlio César Meireles, extensionista da Emater-MG, ressalta o apoio técnico dado aos membros da Associação Araucária para estimular o reflorestamento.
A produtora Mariana Sousa, da associação, reforça a importância da atividade: “O pinhão é uma fonte vital de renda e ajuda a preservar as araucárias. Com o incentivo da prefeitura e da Emater, estamos plantando mais árvores e preparando novos produtos para o mercado, inclusive com eventos como o Festival Gastronômico do Pinhão”.
Além disso, o município promove ações de conscientização ambiental nas escolas e planeja realizar, em outubro, um seminário dedicado à araucária.
Safra reduzida impacta produção, mas preços sobem
A safra oficial do pinhão no Sul de Minas começa em 1º de abril, conforme a Lei Estadual nº 15.915/2022, e normalmente vai até julho. Contudo, neste ano, a colheita encerrou precocemente em maio devido à queda de 50% na produção, causada por eventos climáticos adversos, como temporais no início do ano que prejudicaram a polinização, além de temperaturas elevadas.
Apesar da redução na oferta, o preço do quilo do pinhão dobrou, passando de R$ 3 para R$ 6, compensando as perdas na receita dos produtores. Segundo Túlio, o produto conta com garantia de preço mínimo pela Conab e cerca de 175 extrativistas recebem subvenção.
Panorama dos maiores produtores de Minas Gerais
Em Minas Gerais, aproximadamente 2 mil produtores participam da coleta de pinhão anualmente. Além de Delfim Moreira, que ocupa a 2ª posição no ranking, os maiores produtores são:
- Itamonte (1º lugar) – 1,2 milhão de quilos
- Alagoa (3º lugar) – 700 mil quilos
- Baependi (4º lugar) – 480 mil quilos
- Marmelópolis (5º lugar) – 475 mil quilos
O pinhão segue como importante motor econômico e ambiental no Sul de Minas, unindo tradição, sustentabilidade e inovação para o futuro do campo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio