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Possível mudança na fórmula da Coca-Cola impulsiona alta global nos preços do açúcar

O mercado global de açúcar registrou forte valorização nesta quinta (17) e sexta-feira (18), com destaque para as bolsas de Nova York e Londres, refletindo a expectativa de aumento no consumo da commodity nos Estados Unidos. O principal fator de estímulo foi uma declaração do ex-presidente americano Donald Trump, sugerindo que a Coca-Cola poderá substituir o xarope de milho por açúcar de cana em suas bebidas.

Declaração de Trump movimenta o setor

Durante um pronunciamento, Trump indicou que o refrigerante mais famoso do mundo pode passar a utilizar açúcar de cana em vez do xarope de milho na sua composição. A mudança teria forte impacto no consumo interno da matéria-prima. De acordo com estimativas da Bloomberg Intelligence, a substituição elevaria a demanda anual por açúcar nos EUA em cerca de 500 mil toneladas, um aumento de aproximadamente 4,4%, passando de 11 milhões para 11,5 milhões de toneladas.

A Coca-Cola, por sua vez, respondeu à repercussão emitindo uma nota oficial: “Agradecemos o entusiasmo do Presidente Trump pela nossa icônica marca Coca-Cola. Mais detalhes sobre as novas ofertas inovadoras da nossa linha de produtos Coca-Cola serão divulgados em breve.”

Reação imediata das bolsas internacionais

A perspectiva de aumento da demanda foi rapidamente precificada pelos agentes do mercado. Na ICE Futures, em Nova York, os contratos de açúcar bruto encerraram em alta nas duas sessões. O contrato outubro/25 avançou 18 pontos na quinta, chegando a 16,74 centavos de dólar por libra-peso, e continuou em alta na sexta, atingindo 16,93 centavos (+1,14%). O contrato março/26 seguiu o mesmo movimento, subindo 16 pontos na quinta (17,39 cents) e chegando a 17,56 cents na sexta (+0,98%).

Em Londres, o açúcar branco também se valorizou na ICE Europe. O contrato outubro/25 subiu US$ 5,50 na quinta (US$ 484,00/tonelada) e avançou para US$ 488,70 na sexta (+0,97%). Já o contrato de dezembro/25 teve elevação de US$ 4,10, cotado a US$ 473,50/tonelada.

Oferta global segue pressionada

Além das expectativas de crescimento na demanda, os preços do açúcar continuam sustentados por preocupações com a oferta global. No Brasil, maior exportador mundial da commodity, a produção acumulada de açúcar na região Centro-Sul até junho da safra 2025/26 somou 12,249 milhões de toneladas, queda de 14,3% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Impacto no mercado doméstico

No mercado brasileiro, o açúcar cristal também apresentou valorização. De acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), a saca de 50 quilos foi negociada a R$ 120,11, alta de 1,55%. Já o etanol hidratado, segundo o Indicador Diário Paulínia, teve leve elevação de 0,36%, com o metro cúbico comercializado pelas usinas a R$ 2.627,00.

Tarifas podem influenciar ainda mais

A declaração de Trump também repercute em meio a discussões sobre novas tarifas que podem ser aplicadas a importações de diversos países, inclusive o Brasil, o que pode influenciar diretamente os custos e a dinâmica do comércio internacional de açúcar.

Com isso, o mercado segue atento aos desdobramentos políticos e comerciais que envolvem o setor de bebidas nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que monitora os impactos climáticos e operacionais na produção brasileira.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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