A indústria brasileira de óleo vegetal segue aquecida. Dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) confirmam que o complexo da soja teve crescimento firme no primeiro semestre de 2025. De janeiro a maio, foram processadas 21,33 milhões de toneladas de soja, alta de 5,9% em relação ao mesmo período de 2024.
Somente em maio, o volume de esmagamento atingiu 4,87 milhões de toneladas — o maior do ano até agora. Isso representa um crescimento de 2,1% frente a abril e de 13,6% na comparação com maio de 2024. O aumento é atribuído à demanda interna, puxada principalmente pela elevação da mistura obrigatória de biodiesel, que subiu para B14 e B15 em 2025.
Segundo a Abiove, o setor segue operando em ritmo forte e o cenário de maior demanda por óleo tem sustentado a atividade industrial em níveis elevados, reforçando as projeções otimistas para o setor.
Com o bom desempenho no semestre, a Abiove mantém suas projeções elevadas para o ano. A produção nacional de soja deve atingir 169,7 milhões de toneladas em 2025. A estimativa para o esmagamento é de 57,8 milhões de toneladas, ligeiro crescimento de 0,5% em relação ao ano anterior.
Também estão previstas altas na produção de derivados:
-
Farelo de soja: 44,5 milhões de toneladas (+0,9%)
-
Óleo de soja: 11,6 milhões de toneladas (+1,3%)
O Brasil segue como líder mundial nas exportações do complexo soja. A Abiove projeta que as exportações de soja em grãos devem chegar a 109 milhões de toneladas em 2025 (+0,9%). As vendas externas de farelo devem manter-se estáveis em 23,6 milhões de toneladas. O único recuo previsto é no óleo de soja, com expectativa de 1,35 milhão de toneladas, queda de 3,6% frente ao ano anterior.
Apesar da retração no óleo, o cenário externo continua favorável, com o país consolidado como referência no fornecimento global.
Para equilibrar o mercado interno e atender à demanda crescente por derivados da oleaginosa, a Abiove estima a importação de 500 mil toneladas de soja em grão e 100 mil toneladas de óleo de soja.
Mesmo com esses ajustes, o saldo segue bastante positivo para o setor. A indústria aposta na estabilidade da demanda e em mais um ano de liderança internacional, com forte geração de emprego, renda e divisas para o país.
Fonte: Pensar Agro