A empresa norte-americana Stonex, com sede em Nova Yorque, atualizou nesta terça-feira (02.07) suas estimativas para a safra brasileira de grãos 2024/25, com destaque para a produção de soja, que atingiu o patamar inédito de 168,75 milhões de toneladas. O número representa um aumento de pouco mais de 500 mil toneladas em relação ao relatório anterior e consolida a soja como o principal produto do agronegócio nacional.
O crescimento é atribuído, principalmente, ao aumento de produtividade em estados como a Bahia, que agora registra média de 4,08 toneladas por hectare. No total, a produtividade média nacional subiu para 3,57 t/ha, reforçando a tendência de recuperação da oleaginosa após os impactos climáticos do ciclo anterior. A estimativa para o consumo doméstico foi mantida em 60 milhões de toneladas, e as exportações permanecem projetadas em 107 milhões de toneladas, elevando os estoques finais para 4,95 milhões.
No caso do milho, os dados apontam um cenário misto. A primeira safra (milho verão) foi ajustada para baixo, com produção estimada em 25,6 milhões de toneladas. A retração é reflexo da queda de produtividade no Piauí, não totalmente compensada pelos ganhos em estados como o Tocantins. A segunda safra (safrinha), por outro lado, teve projeção elevada de 106,1 para 108,2 milhões de toneladas, com destaque para os aumentos de produtividade em estados como Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Tocantins. A produtividade média nacional da safrinha passou a 6,17 t/ha.
Somando as três safras (inclusa a terceira, com pouco mais de 2 milhões de toneladas), a produção total de milho no Brasil para a temporada 2024/25 atinge 136,1 milhões de toneladas. O consumo doméstico foi revisado para 89,5 milhões, impulsionado pela maior demanda da indústria de etanol. As exportações seguem projetadas em 42 milhões de toneladas, mantendo o país entre os maiores exportadores globais.
Com os ajustes de produção, o mercado agora volta as atenções para o desempenho das exportações brasileiras nos próximos meses, especialmente diante da colheita norte-americana. Segundo a StoneX, o comportamento da safra dos Estados Unidos será determinante para a competitividade do milho brasileiro no mercado internacional. O cenário é de monitoramento constante dos preços e da logística portuária, sobretudo no segundo semestre.
O relatório reforça o papel do Brasil como protagonista no abastecimento global de grãos, apesar das variações climáticas e dos desafios logísticos enfrentados ao longo da temporada. A expansão da produtividade e o bom desempenho da safrinha são vistos como fatores de equilíbrio diante de oscilações nos mercados internacionais.
A avaliação da StoneX tem grande relevância para o agronegócio por sua atuação global em consultoria estratégica, análise de risco e projeções de safra. Suas estimativas são amplamente utilizadas por exportadores, produtores, cooperativas e investidores para embasar decisões comerciais e logísticas no agronegócio.
Fonte: Pensar Agro