Corte no orçamento do seguro rural gera preocupação
O governo federal anunciou nesta terça-feira (24) o contingenciamento de R$ 445,1 milhões no orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). A medida, segundo o Ministério da Agricultura, visa cumprir metas fiscais, mas acendeu o alerta entre produtores rurais e empresas do agronegócio, especialmente diante do aumento dos eventos climáticos extremos.
Importância do seguro rural para o produtor
Para Romário Alves, CEO da Sonhagro, empresa especializada em soluções financeiras para o campo, o momento é delicado:
“Com riscos climáticos cada vez mais frequentes e severos, o seguro rural é o que permite ao produtor continuar a atividade mesmo após perdas. Sem esse suporte, o prejuízo pode atingir toda a cadeia produtiva.”
Recursos liberados para culturas e inovação
Apesar do contingenciamento, foram liberados R$ 368,5 milhões para culturas de inverno e outras atividades, incluindo grãos, frutas, pecuária e florestas, além de projetos-piloto.
Nova metodologia para estimular boas práticas
Uma das inovações do programa é o modelo de seguro rural vinculado ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), que passa a considerar os níveis de manejo do solo. Produtores que adotarem práticas agrícolas sustentáveis poderão acessar percentuais maiores de subvenção.
Como funciona o novo modelo
O sistema será testado inicialmente na soja, no Paraná. O produtor, cooperativa ou empresa deverá enviar dados à Embrapa, como histórico da área, análises do solo e imagens de satélite. Essas informações criam uma “radiografia” da propriedade, avaliando o nível de manejo.
Os níveis vão de NM1, indicando degradação do solo, até NM4, que representa excelência na fertilidade e estrutura do solo. Quanto melhor o manejo, maior a subvenção concedida.
Incentivo à responsabilidade e sustentabilidade
Romário Alves destaca:
“Essa diferenciação incentiva o cuidado com o solo, não só para proteger a lavoura, mas para fomentar uma cultura de sustentabilidade no campo.”
Instabilidade orçamentária e desafios futuros
O Ministério da Agricultura reconhece que, por ser uma despesa discricionária, o PSR está sujeito a cortes, o que gera incerteza no setor.
Para Romário, o seguro rural deve ser encarado como investimento estratégico:
“Com apoio técnico e previsibilidade, o produtor planeja melhor, investe com segurança e responde de forma eficiente ao mercado. Isso beneficia toda a cadeia produtiva.”
Seguro rural como ponte entre tecnologia e políticas públicas
O avanço das tecnologias de monitoramento e gestão de riscos precisa caminhar junto com políticas públicas sólidas. O futuro do seguro rural e a manutenção de seu orçamento serão decisivos para definir o compromisso do país com a proteção dos produtores que alimentam a nação.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio