Compra de arroz pela Conab busca equilibrar preços
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou uma nova medida para tentar conter a queda nos preços do arroz no mercado interno: a aquisição de 110 mil toneladas do cereal por meio de contratos de opção de venda (COVs). A iniciativa foi divulgada após reunião entre o presidente da Conab, Edegar Pretto, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Denis Nunes, e a diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva.
Conforme Pretto, a medida visa dar mais estabilidade aos preços, com valores estabelecidos de R$ 73 por saca de 50 quilos em agosto, R$ 73,48 em setembro e R$ 73,91 em outubro. Ele também destacou o esforço conjunto para ampliar os mercados do arroz brasileiro, diante de uma safra estimada em mais de 12 milhões de toneladas em 2026.
Federarroz defende menos dependência de ações emergenciais
O presidente da Federarroz, Denis Nunes, reconheceu a importância da intervenção, mas expressou desconforto com a necessidade de recorrer frequentemente ao apoio do governo. “Nos sentimos sempre muito desconfortáveis quando temos que recorrer às ferramentas do governo para comercialização”, afirmou, destacando que os produtores enfrentam dificuldades em manter a gestão das propriedades diante da volatilidade de preços.
Setor busca expansão de mercados e conscientização do consumidor
Nunes destacou os esforços do setor para abrir novos mercados, valorizando a qualidade e tecnologia da produção gaúcha. Ele também mencionou ações voltadas à valorização do arroz entre os consumidores brasileiros. “Temos trabalhado para conscientizar sobre a importância do arroz na alimentação”, disse.
Problemas na competitividade e fraudes preocupam produtores
Apesar dos avanços, o presidente da Federarroz alertou para entraves que afetam a competitividade, especialmente no contexto do Mercosul. Entre os principais problemas estão fraudes na tipificação do arroz e a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa pelo Ministério da Agricultura. “Precisamos de uma atuação mais eficaz na fiscalização das embalagens e na tributação, tanto federal quanto estadual”, cobrou.
Como alternativa diante da atual conjuntura, Nunes sugeriu a redução da área de plantio e o foco na manutenção das exportações de arroz em casca.
Indústria alerta para impactos da instabilidade nos preços
A diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva, reforçou a preocupação da indústria com a instabilidade dos preços, que prejudica toda a cadeia. “Não interessa à indústria trabalhar com preços muito depreciados, e muito menos com essa oscilação”, disse. Ela explicou que, quando os preços sobem demais, o consumidor migra para outros produtos, e quando caem demais, o arroz perde seu valor percebido.
Brasil é autossuficiente e precisa de compromisso da cadeia
Silva ressaltou que o Brasil é autossuficiente na produção de arroz, o que representa uma conquista para a segurança alimentar do país. No entanto, para que esse cenário se mantenha, é necessário o comprometimento de todos os elos da cadeia — inclusive do governo. Ela defendeu a importância do diálogo constante com as autoridades para garantir a viabilidade da atividade produtiva.
“Essa é uma responsabilidade de todos, para garantir a segurança alimentar da população brasileira”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio