A soja brasileira apresenta preços variados conforme a região, enfrentando desafios ligados à infraestrutura e à capacidade de armazenagem. No Rio Grande do Sul, a TF Agroeconômica destaca um mercado retraído, com preços no porto de julho em R$ 137,00 por saca. No interior, os valores para fábricas giram em torno de R$ 130,00 em cidades como Cruz Alta, Passo Fundo, Ijuí, Santa Rosa e São Luiz. No entanto, Panambi registrou queda, com saca oferecida a R$ 118,00 ao produtor.
Em Santa Catarina, apesar do fim da colheita com desempenho positivo, a comercialização segue travada. O crescimento da produção exige maior capacidade estática e logística eficiente, principalmente com a aproximação da safra de inverno. No porto de São Francisco, a saca é cotada a R$ 136,58, com alta de 1,24%.
No Paraná, a armazenagem limitada dificulta a estratégia de retenção dos produtores. Os preços FOB registrados foram de R$ 136,20 em Paranaguá, R$ 121,05 em Cascavel, R$ 120,98 em Maringá e R$ 121,78 em Ponta Grossa, onde no balcão a soja alcançou R$ 118,00. Já em Pato Branco, a cotação foi de R$ 135,28.
No Mato Grosso do Sul, a escassez de espaços adequados para armazenagem pressiona os produtores a vender logo após a colheita, reduzindo o poder de negociação. Em cidades como Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, a soja foi cotada a R$ 120,63, enquanto Chapadão do Sul apresentou preço menor, a R$ 108,69.
No Mato Grosso, a superprodução pressiona a logística e as margens dos produtores. Os fretes rodoviários registraram aumentos de até 25% em julho devido à concentração da colheita e retomada da demanda reprimida. A antecipação da safra 2025/26 já alcança 17,5% comercializados. Os preços nas principais praças foram: Campo Verde R$ 113,25; Lucas do Rio Verde e Nova Mutum R$ 111,38; Primavera do Leste e Rondonópolis R$ 113,25; Sorriso R$ 111,38.
Queda de preços na Bolsa de Chicago pressiona mercado global da soja
Na manhã desta terça-feira (15), os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago recuaram pouco mais de 3 pontos, com setembro cotado a US$ 9,90 e novembro a US$ 10,03 por bushel. O mercado permanece pressionado por fundamentos como o desenvolvimento favorável da safra norte-americana, maior oferta esperada, demanda externa contida e cenário macroeconômico incerto.
A valorização do dólar frente ao real, influenciada pelo conflito comercial entre Brasil e Estados Unidos, também contribui para o recuo nas cotações. Os preços do farelo e óleo de soja acompanham a tendência de baixa, reforçando a pressão sobre o grão. Dados da NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) sobre esmagamento e estoques de óleo em junho devem ser divulgados, podendo influenciar o mercado.
China amplia compras da soja brasileira em meio à redução da demanda pelos EUA
O fechamento do pregão da segunda-feira (15) na Bolsa de Chicago mostrou queda nas cotações da soja, com o contrato de agosto recuando 0,32%, a US$ 10,01 por bushel, e setembro caindo 0,18%, a US$ 9,93. A baixa demanda externa, o clima favorável nos EUA e a ausência da China nas compras da nova safra americana foram os principais fatores para o movimento.
As inspeções semanais de embarques nos EUA caíram 63% em relação à semana anterior, totalizando 147 mil toneladas, abaixo do esperado. A China, maior compradora mundial, ampliou suas aquisições em junho, mas concentrou cerca de 80% das compras no Brasil, reflexo das tensões comerciais com os EUA.
No mercado de derivados, o farelo de soja caiu 0,96%, cotado a US$ 267,70 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja subiu 0,78%, a US$ 54,17 por libra-peso. A alta do óleo é atribuída à maior demanda doméstica, impulsionada pelo crescimento do uso de biodiesel e possíveis tarifas de 35% sobre o óleo de canola canadense previstas para agosto.
Por fim, fundos especulativos aumentaram as posições líquidas vendidas, sinalizando cautela e pessimismo no curto prazo, mesmo com leves altas em contratos de vencimentos mais longos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio