Soja mantém leve alta em Chicago enquanto produtores brasileiros buscam alternativas para comercialização e armazenagem

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O mercado da soja encerrou a semana em leve valorização na Bolsa de Chicago (CBOT), sustentado por fundamentos estáveis e rumores de compras chinesas, ao mesmo tempo em que produtores brasileiros enfrentam desafios logísticos e de armazenamento após uma safra marcada por variações regionais.

Preços e desafios nos estados brasileiros

No Rio Grande do Sul, produtores lidam com uma colheita abaixo do esperado e dificuldades para armazenar o produto. Os preços para entrega em julho variam entre R$ 118,00 e R$ 137,50 por saca, conforme a região, com destaque para o porto, onde a soja foi cotada a R$ 137,50.

Santa Catarina aposta na melhoria da logística e nas linhas de crédito do Plano Safra, que oferece juro zero para a agricultura familiar, para garantir maior fluidez ao mercado. No porto de São Francisco do Sul, a saca registrou alta de 0,98%, sendo cotada a R$ 135,91.

No Paraná, a atenção está voltada para a comercialização e o armazenamento, com preços em Paranaguá a R$ 134,95 e variações entre R$ 118,00 e R$ 135,91 nas demais regiões produtoras do estado.

O Mato Grosso do Sul destaca a pressão sobre os preços, mesmo com o avanço nas vendas, em razão do volume armazenado. Os valores spot giram em torno de R$ 107,71 a R$ 120,48, dependendo da localidade.

Já em Mato Grosso, apesar da safra recorde, produtores enfrentam dificuldades em fretes e armazenagem. Os preços nas principais regiões variam entre R$ 111,92 e R$ 120,48, com pequenas variações positivas e negativas em relação à semana anterior.

Mercado internacional e perspectivas

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de soja apresentaram leve alta, com o vencimento de julho cotado a US$ 10,55 por bushel e setembro a US$ 10,40. A safra norte-americana permanece em boas condições, sem ameaças climáticas significativas, o que mantém os fundamentos do mercado relativamente estáveis.

A demanda pelos produtos norte-americanos vem mostrando melhora, embora a China continue direcionando suas compras principalmente ao Brasil. As oscilações do dólar também influenciam os preços negociados em Chicago.

Além disso, rumores de possíveis compras chinesas, ainda não confirmadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e a expectativa de anúncios favoráveis ao setor agrícola pelo ex-presidente Donald Trump em evento no estado de Iowa reforçam o cenário positivo para a soja.

Na Argentina, o aumento das tarifas de exportação gerou queda nas vendas externas, o que ajudou a sustentar os preços internacionais.

Derivados da soja e exportações

No mercado de derivados, o farelo de soja para agosto teve valorização de 0,22%, cotado a US$ 277,40 por tonelada curta, enquanto o óleo registrou queda de 0,85%, fechando a 54,55 centavos de dólar por libra-peso.

No acumulado da semana, a soja subiu 2,15%, o farelo avançou 0,70% e o óleo teve alta de 3,94%.

As exportações norte-americanas registraram aumento de 25,45% nas últimas semanas, com vendas diárias de soja e farelo elevadas, enquanto o Brasil teve suas estimativas para junho revisadas para baixo pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). Na Argentina, a colheita foi finalizada com uma produção de 50,3 milhões de toneladas, 15% acima da média dos últimos cinco anos.

Desafios e expectativas para o mercado brasileiro

Produtores brasileiros permanecem atentos ao equilíbrio entre custos de produção, espaço para armazenagem e condições de mercado para avançar nas vendas da safra atual. As linhas de crédito subsidiadas e a demanda externa, especialmente da China, são fatores decisivos para a fluidez das negociações nas próximas semanas.

A volatilidade cambial e os preços internacionais continuarão a influenciar o ritmo do mercado, enquanto os agentes monitoram sinais de fortalecimento da demanda global e possíveis mudanças na política agrícola dos Estados Unidos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio