Ícone do site Hora 1 MT Notícias

Tarifaço dos EUA acelera embarques e gera apreensão no setor produtivo

O anúncio da cobrança de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, com início previsto para 1º de agosto, provocou uma corrida por embarques antecipados no Porto de Santos. Nos primeiros quinze dias após o comunicado, os volumes de exportação de proteína animal dobraram, enquanto o café e a celulose também registraram aumento expressivo nas exportações.

Com o temor de que as novas tarifas encareçam os produtos brasileiros, exportadores intensificaram a movimentação logística para garantir o envio das cargas antes da vigência da medida. O tráfego de caminhões no porto subiu cerca de 70%, acompanhando a elevação no volume embarcado, segundo a Autoridade Portuária.

A proteína animal foi o principal destaque, com quase 100% de aumento na exportação para os Estados Unidos, refletindo a importância do mercado norte-americano para o setor. Entretanto, frigoríficos voltados para exportação já iniciaram cortes na produção destinada a esse destino, impactando a compra de animais no interior paulista e gerando preocupação entre pecuaristas.

Representantes do setor alertam que, caso a tarifa de 50% se mantenha, a continuidade dos negócios com os EUA será inviável, colocando em risco empregos e a saúde financeira das indústrias de alimentos. Por outro lado, especialistas ressaltam a diversificação dos mercados para a carne bovina brasileira, destacando que o país exporta para mais de 160 destinos, o que pode amenizar o impacto da medida.

Apesar disso, o aumento recente nas vendas para os EUA, que chegaram a crescer mais de 100% entre 2024 e o primeiro semestre de 2025, reforça a relevância desse mercado para os embarques e para os preços praticados.

O cenário permanece incerto, com negociações diplomáticas em curso para tentar reverter ou adiar a aplicação da tarifa. Até lá, produtores, exportadores e operadores logísticos mantêm esforços para antecipar embarques e minimizar prejuízos.

Fonte: Pensar Agro

Sair da versão mobile