Produtores temem prejuízos com nova tarifa americana
Faltando menos de três semanas para o início da safra de mangas e uvas no maior polo produtor e exportador de frutas do Brasil, a Valexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco) emitiu um alerta nesta quarta-feira (16) sobre os potenciais impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de frutas.
A entidade divulgou uma carta aberta direcionada aos governos do Brasil e dos EUA, embaixadas, ministérios e órgãos de comércio e relações exteriores, pedindo prioridade máxima no restabelecimento do diálogo diplomático e técnico entre os dois países.
Apelo por preservação do comércio e dos empregos
O presidente da Valexport, José Gualberto de Almeida, fez um apelo enfático no documento:
“É imperativo encontrar uma solução que permita a manutenção do fluxo de exportações, a preservação dos empregos e o respeito ao esforço de milhares de famílias e empresas comprometidas com a produção sustentável de alimentos.”
A entidade destaca que a fruticultura irrigada do Vale do São Francisco movimenta aproximadamente US$ 500 milhões por ano em exportações, com a manga sendo o principal item na balança comercial da fruticultura nacional, conforme dados do COMEXStat (julho/2025).
Setor gera quase 1,2 milhão de empregos
Além do impacto econômico, a Valexport ressalta a relevância social da cadeia produtiva da fruticultura, que emprega cerca de 250 mil pessoas diretamente e outras 950 mil indiretamente, segundo dados da Embrapa.
Essa rede envolve trabalhadores rurais, embaladores, irrigantes, motoristas, técnicos agrícolas, pequenos produtores, comerciantes e famílias que dependem exclusivamente da atividade para gerar renda e manter sua dignidade em uma das regiões mais carentes do país.
Fruticultura como ferramenta de inclusão social
A carta reforça que o setor funciona como barreira contra o êxodo rural, além de ser um instrumento concreto de combate à pobreza, inclusão social e desenvolvimento sustentável no semiárido brasileiro.
Tarifa ameaça paralisar exportações para os EUA
De acordo com os produtores e exportadores, a tarifa de 50% torna inviável a operação logística e comercial com os Estados Unidos, comprometendo diretamente a continuidade das exportações. O documento adverte que, se a medida não for revista com urgência, toda a produção destinada ao mercado norte-americano será redirecionada para a Europa e o mercado interno, que não possuem capacidade de absorver o excedente.
Possíveis consequências: queda nos preços e desemprego em massa
A Valexport alerta que o acúmulo de frutas nos mercados alternativos poderá provocar queda acentuada nos preços, colapso na rentabilidade do setor e, o mais grave, desemprego em massa na região do Vale do São Francisco.
A entidade encerra a carta pedindo bom senso, responsabilidade institucional e espírito de cooperação entre os governos, para preservar um setor essencial para a economia e a sociedade brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio