Principais destaques
- Recorde brasileiro: primeiro rótulo do país a alcançar 96 pontos e medalha de ouro na história do concurso.
- Viticultura mineira em alta: reconhecimento valida a técnica da dupla poda e projeta Minas Gerais no mapa mundial do vinho.
- Expressão de terroir: Isabela Syrah 2023 é vinificado sem barrica para exaltar fruta, elegância e versatilidade gastronômica.
- Portfólio premiado: Vinícola Maria Maria já coleciona rótulos de destaque, todos produzidos em Boa Esperança (MG).
Reconhecimento histórico na Decanter
O Isabela Syrah 2023, elaborado pela Vinícola Maria Maria, em Boa Esperança (Sul de Minas), conquistou 96 pontos e a medalha de ouro na edição 2025 do Decanter World Wine Awards (DWWA) — maior e mais rigorosa competição de vinhos do planeta. É o único brasileiro a receber ouro neste ano e o mais bem pontuado do país desde a criação do prêmio.
A essência do Isabela Syrah 2023
Batizado em homenagem à enóloga Isabela Peregrino, o vinho é 100 % Syrah da Fazenda Capetinga. Fermentado em aço inox e sem passagem por carvalho, o rótulo destaca:
- Aromas: frutas vermelhas e negras maduras, couro suave e especiarias (pimenta‑do‑reino, cravo e canela).
- Perfil de boca: taninos macios, acidez equilibrada, retrogosto prolongado e grande versatilidade — acompanha de aperitivos a churrascos.
A produção combinou macerações de 10 a 20 dias em diferentes parcelas, depois mescladas para obter equilíbrio e elegância.
O palco da consagração
Realizado em Londres, o DWWA avalia anualmente dezenas de milhares de rótulos de mais de 50 países. As degustações são às cegas, conduzidas por Masters of Wine e Master Sommeliers. A medalha de ouro é reservada apenas a vinhos que atingem 95 ou 96 pontos, selando padrão de excelência reconhecido mundialmente.
Impacto para a vitivinicultura mineira
Para Eduardo Junqueira Nogueira Neto, diretor comercial da Maria Maria, o prêmio “acende um holofote sobre o potencial do terroir mineiro” e reforça a adoção da dupla poda— técnica que inverte o ciclo da videira para colher no inverno seco, garantindo uvas mais saudáveis e concentradas. O executivo aposta no aumento do enoturismo e na valorização dos produtores locais.
A trajetória da Vinícola Maria Maria
A família Junqueira Nogueira possui seis gerações na cafeicultura em Três Pontas (MG), mas a história com o vinho começou em 2006, quando o patriarca Eduardo Nogueira sofreu um infarto e, por orientação médica, passou a incluir a bebida na rotina. O que começou como um hábito de saúde se transformou em paixão.
Em 2007, Eduardo conheceu os estudos do pesquisador Murilo Regina, da Epamig, sobre a dupla poda, técnica que passou a adotar. Em 2009, a família plantou os primeiros vinhedos em Boa Esperança. O nome “Maria Maria” homenageia o amigo da família, o cantor Milton Nascimento, e cada rótulo leva o nome de uma mulher importante para a história da empresa.
Dupla poda: o diferencial climático
A técnica consiste em podar a videira duas vezes por ano para direcionar a colheita ao inverno, quando o clima em Minas é seco, com dias ensolarados e noites frias. Esse ambiente favorece a maturação lenta da uva, maior concentração de açúcares e compostos aromáticos, além de menor incidência de doenças fúngicas — condição ideal para produzir vinhos finos.
Com o desempenho inédito do Isabela Syrah 2023, Minas Gerais reafirma que, além de café e queijo premiados, também produz vinhos de classe mundial.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio