O Banco Central (BC) está avançando na luta contra as altas expectativas de inflação no país, segundo avaliação do economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita. Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (27), em São Paulo, o executivo destacou que a atual política monetária da autarquia tem mostrado sinais positivos e deve ser mantida para alcançar os objetivos de estabilidade econômica.
Inflação desacelera e juros devem permanecer estáveis
Mesquita afirmou que a inflação no Brasil vem apresentando uma desaceleração gradual, o que reforça a expectativa de que o Banco Central não deve iniciar cortes na taxa Selic antes do primeiro trimestre de 2026.
“O BC está começando a ganhar a batalha das expectativas de inflação, isso é muito positivo”, destacou o economista. “A política monetária começa a colher frutos, o que nos leva a acreditar na manutenção da postura atual”.
Selic em patamar elevado por período prolongado
No mês passado, o Banco Central interrompeu o ciclo de alta de juros e decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão, unânime entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom), prevê que os juros permaneçam nesse nível por um período “bastante prolongado”, até que a inflação convirja para o centro da meta de 3%.
Expectativas de inflação em queda
Apesar de preocupações com atividade econômica aquecida, pressões no mercado de trabalho e expectativas ainda desancoradas, os números recentes têm trazido alívio. A pesquisa Focus, divulgada nesta semana pelo Banco Central, mostrou a 13ª queda consecutiva na projeção de inflação para 2025, que passou de 4,95% para 4,86%. Para 2026, foi registrada a sexta redução seguida, com estimativas caindo de 4,40% para 4,33%.
Impacto do câmbio no cenário inflacionário
Outro fator que tem contribuído para a melhora das projeções é a valorização do real frente ao dólar. A moeda norte-americana acumula queda de 11,8% em relação ao real em 2025, em linha com um movimento global de enfraquecimento.
“O real se fortaleceu junto às demais moedas, em um episódio de enfraquecimento do dólar”, explicou Mesquita. “Há espaço para o dólar seguir recuando, o que pode beneficiar ainda mais a moeda brasileira”
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio