China se une à Maduro para enfrentar Trump

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Reprodução

Nos últimos dias, uma declaração da porta-voz do governo chinês, Mao Ning, chamou a atenção do mundo. Pela primeira vez em anos, a China quebrou protocolos diplomáticos para defender publicamente a Venezuela de Nicolás Maduro, num momento em que seis navios de guerra americanos se aproximavam da costa venezuelana.

A fala de Mao Ning foi clara: Pequim se opõe a qualquer ação que viole a soberania de outro país. Na prática, a mensagem era direta para Donald Trump e sua estratégia no Caribe. E não se trata apenas de política. O interesse chinês na Venezuela é, sobretudo, econômico.

O peso da dívida bilionária

Nos últimos dez anos, a China emprestou mais de sessenta bilhões de dólares ao governo venezuelano, recebendo petróleo como pagamento. Mas a crise econômica derrubou a produção de petróleo do país de três milhões de barris por dia para menos de um milhão. Hoje, a Venezuela ainda deve cerca de vinte bilhões de dólares aos chineses.

Se Maduro cair, há um risco real de que um novo governo não reconheça essa dívida. Por isso, para Pequim, a sobrevivência do regime chavista é fundamental. Não se trata de ideologia, mas de proteger investimentos.

Do petróleo à geopolítica

Durante grande parte do século passado, a Venezuela foi aliada fiel dos Estados Unidos, fornecendo petróleo em troca de proteção militar e acesso ao mercado. Essa relação mudou com Hugo Chávez, que se aproximou de inimigos históricos de Washington, como Cuba, Irã e Coreia do Norte. Com Maduro, o cenário piorou, levando os EUA a imporem duras sanções econômicas e até reconhecerem Juan Guaidó como presidente legítimo.

Enquanto isso, a China viu uma oportunidade: estendeu a mão à Venezuela e consolidou uma parceria “estratégica, abrangente e para qualquer tempo” – o mesmo status reservado a países como Rússia e Irã.

A demonstração de força americana

Agora, com Trump de volta ao poder, a situação ficou mais delicada. A Doutrina Monroe, que considera a América Latina área de influência natural dos EUA, segue viva. E a movimentação militar mostra isso: entre os navios enviados está o USS Iwo Jima, um mini porta-aviões capaz de lançar ataques devastadores. Ao todo, quatro mil e quinhentos militares americanos estão posicionados, incluindo dois mil e duzentos fuzileiros navais prontos para desembarques anfíbios.

Além disso, destroyers de última geração, submarinos nucleares e aeronaves de guerra eletrônica completam o cenário. Analistas destacam que esse tipo de força vai muito além do necessário para combater narcotráfico, justificativa oficial da missão.

Nervos à flor da pele

Para a China, a lembrança é recente: antes dos ataques contra instalações nucleares do Irã em 2023, os EUA seguiram o mesmo padrão de acúmulo de tropas e alertas diplomáticos. Agora, a preocupação é que o mesmo se repita na Venezuela.

Ainda que Pequim não tenha condições de confrontar Washington militarmente no Caribe, seu posicionamento público funciona como recado para outros parceiros estratégicos: “Se vocês estiverem conosco, nós os defenderemos diplomática e politicamente”.

O que vem pela frente?

A crise coloca a Venezuela no epicentro de uma disputa global entre Estados Unidos e China. Uma possível intervenção americana seria arriscada, impopular internamente e de alto custo político. Mas Trump já mostrou, no caso do Irã, que não hesita em usar a força.

O mundo agora observa os próximos passos. Será que a China conseguirá proteger seus interesses apenas com diplomacia? E até onde Trump está disposto a ir para reafirmar a influência americana na região?

Quer que eu faça uma versão mais neutra e objetiva (estilo agência de notícias) ou prefere manter esse tom explicativo e narrativo, que guia o leitor passo a passo pela crise?

Fonte: Realidade Militar