O planejamento de limpeza abrange extensão do Ribeirão Arareau, da Eletronorte até o Cais, um total de 7,5 quilômetros (km). Esse percurso será dividido em 18 trechos.
“O Rio é Nosso surge como uma ação de mobilização social que visa não somente recolher resíduos, mas também conscientizar a população sobre a importância da preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente. A atividade reforça a corresponsabilidade entre Poder Público, instituições e cidadãos na construção de uma cidade mais limpa, sustentável e resiliente”, explica Márcia Melotto, gestora do Juizado Volante Ambiental (Juvam) da Comarca.
Frequentadoras assíduas do local, elas pescavam enquanto lamentavam a poluição das águas provocada pelo descarte irregular do esgoto da cidade e pela falta de consciência ambiental de outros frequentadores.
“Eu e minha filha sempre levamos o lixo embora. O que a gente traz, a gente recolhe e joga no lixo. Mas muita gente deixa aqui. Acho isso errado, desleal. Se podemos usufruir, por que deixar o lixo na beira do rio, contaminando a água e os peixes?”, questionou Leila Maria.
Enquanto isso, a filha retirava o peixe do anzol e pedia mudanças na rede de esgoto da cidade. “Cai tudo no rio e é muito prejudicial. Aqui a gente pesca, frita e como o peixe. É o nosso momento de lazer e também alimento”.
Parceria
“A universidade, por meio do Laboratório de Geotecnologias, está apoiando o projeto do Juvam, de limpeza do rio. Nossa atuação é na parte de geotecnologias: fazemos a análise dos trechos que receberão a limpeza e também definimos as áreas para o plantio de mudas. Usamos tecnologias do laboratório, do mestrado e da graduação para processar imagens, mensurar as áreas e definir os pontos mais adequados para o replantio. Identificamos três áreas prioritárias: uma na região do Cais, outro ponto na região central (na rua H) e um terceiro ponto próximo ao Linhão da Eletronorte”, detalhou Roberto Bueno Luiz (engenheiro agrônomo e ambiental, aluno pesquisador do mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental pela UFR).
O trabalho da instituição de ensino foi realizado a partir do Termo de Cooperação Técnica firmado com o Juvam. Já o trabalho de análise do solo e da definição das espécies adequadas para cada local foi conduzido pelo engenheiro florestal Leandro Bernardo Leite, que fez a avaliação das condições do terreno, como áreas alagadas ou secas e a identificação das espécies que serão plantadas.
O engenheiro explica que o plantio de mudas fortalece a mata ciliar, que protege o rio contra assoreamento, ao evitar que o solo e a areia sejam levados para o leito. Também dificulta o acesso irregular de pessoas às margens e contribui para o equilíbrio da fauna e da flora. Além disso, traz conscientização ambiental. “Pretendemos usar 15 espécies nativas como jabotá da mata, jenipapo, cajá mirim, ingá, araticum, cambará rugoso, marmelinho, que além do valor ambiental têm grande valor paisagístico”, detalha.
As 650 mudas previstas serão plantadas em uma área de aproximadamente três hectares, distribuídas nas regiões do Cais e da área central. A previsão é que a ação, iniciada no dia 20 de setembro, seja continuada com o acompanhamento do desenvolvimento das mudas e novos plantios ao longo do ano. Dentre os plantios futuros está programado o reflorestamento da região do Linhão da Eletronorte.
O Rio é Nosso
O objetivo da ação é estimular práticas de cidadania e responsabilidade socioambiental por meio da participação ativa na limpeza do Ribeirão Arareau e fomentar a reflexão sobre o descarte correto dos resíduos.
A atividade também atende os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ODS 6 (Água Potável e Saneamento), ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e ODS 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima).
O projeto também vai promover a arrecadação solidária de ração para animais em vulnerabilidade, um Pit Stop Educacional com doação de mudas.
Autor: Priscilla Silva
Fotografo: Josi Dias
Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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