Com população estimada em 411 milhões de habitantes, o Oriente Médio — incluindo países da Ásia Ocidental e o Egito, no norte da África — permanece altamente dependente de importações de trigo. A oferta da região é abastecida principalmente por exportadores do Mar Negro, o que reforça a vulnerabilidade local a choques de mercado e instabilidades políticas. Egito, Irã, Turquia, Iraque e Arábia Saudita estão entre os maiores consumidores e importadores, cada um enfrentando desafios próprios de produção e abastecimento.
Egito se mantém como maior importador mundial de trigo
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra de trigo egípcia em 2025/26 deve alcançar 9,3 milhões de toneladas, frente a importações estimadas em 13 milhões. O consumo interno deve atingir 20,4 milhões de toneladas, impulsionado pelo rápido crescimento populacional: o país deve passar de 107 milhões para 124 milhões de habitantes até 2030, de acordo com a agência estatal CAPMAS.
Apesar de limitações estruturais, como escassez de água e avanço da urbanização, o Egito segue como o maior importador global. A inflação de pães e derivados apresentou forte desaceleração, caindo de 47% em fevereiro de 2024 para 7,2% em fevereiro de 2025, reflexo da maior estabilidade cambial.
Irã reduz safra, mas mantém compras internas estratégicas
No Irã, a produção de trigo deve atingir 13 milhões de toneladas, abaixo dos 16 milhões registrados no ciclo anterior, segundo o Conselho Internacional de Grãos. As importações estão projetadas em 2,5 milhões de toneladas, com destaque para a forte presença do trigo russo.
Mesmo em meio às tensões geopolíticas com Israel, o governo iraniano assegura que o programa estratégico de compras internas segue em funcionamento. Na última primavera, mais de 3,8 milhões de toneladas foram adquiridas de produtores locais.
Turquia enfrenta queda na produtividade, mas mantém consumo elevado
A safra turca deve alcançar 18,5 milhões de toneladas, afetada por condições de clima seco. Apesar da produção menor, o consumo continua alto, já que o pão permanece central na dieta local. Contudo, mudanças demográficas e o aumento da renda da população têm reduzido a demanda per capita.
Iraque depende de estoques estratégicos para equilibrar oferta
A produção de trigo no Iraque está estimada em 5 milhões de toneladas, contra 6,3 milhões no ciclo anterior. As importações devem chegar a 2,1 milhões de toneladas. Embora o governo tenha declarado autossuficiência recentemente, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alerta para perdas de produtividade ligadas à baixa precipitação. O país conta com estoques estratégicos de 5,5 milhões de toneladas, que oferecem certa estabilidade no abastecimento.
Arábia Saudita amplia produção, mas consumo segue em alta
Na Arábia Saudita, a produção local deve crescer 25%, alcançando 1,5 milhão de toneladas. Já as importações devem cair para 3,2 milhões. O consumo, estimado em 4,6 milhões de toneladas, segue em expansão, impulsionado pelo setor de alimentação fora do lar, em ritmo acelerado por megaprojetos de infraestrutura, turismo religioso e lazer.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio