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Atriz Claudia Cardinale morre aos 87 anos

Claudia Cardinale, 14 de outubro de 2009 em Lyon, França © PHILIPPE MERLE

A atriz franco-italiana Claudia Cardinale, referência do cinema dos anos 1960 e inspiração de grandes diretores como Federico Fellini e Luchino Visconti, faleceu nesta terça-feira (23) aos 87 anos na região de Paris.Claudia Cardinale e Alain Delon, em 14 de maio de 2010 no Festival de Cannes, no sul da França
Claudia Cardinale e Alain Delon, em 14 de maio de 2010 no Festival de Cannes, no sul da França© Anne-Christine POUJOULAT

A intérprete morreu “junto a seus filhos” em Nemours, perto de Paris, onde residia, anunciou à AFP seu agente Laurent Savry, sem especificar as causas do falecimento.

A artista trabalhou com diretores destacados como Luchino Visconti, Federico Fellini, Richard Brooks, Henri Verneuil e Sergio Leone.

“Nos deixa o legado de uma mulher livre e cheia de inspiração, tanto em sua trajetória como mulher quanto como artista”, afirmou Savry em uma mensagem.

Por enquanto, não foram definidos nem a data nem o local do funeral, acrescentou.

O ministro italiano da Cultura, Alessandro Giuli, lamentou o falecimento de “uma das maiores atrizes italianas de todos os tempos”.

“Conhecida mundialmente, soube inspirar, por seu talento excepcional, os principais diretores do século XX”, declarou o ministro em comunicado, destacando a “graça italiana” e a “beleza singular” da atriz.

Conhecida por seus papéis em filmes como “O Leopardo”, “Era uma Vez no Oeste” e “A Pantera Cor-de-Rosa”, Claudia Cardinale era uma das atrizes mais emblemáticas do cinema italiano, ao lado de Gina Lollobrigida e Sophia Loren.

Colaborou com os diretores que promoveram a renovação do cinema italiano (Bolognini, Zurlini, Squitieri), brilhou em Hollywood (Edwards, Brooks, Leone), na França (Broca, Verneuil) e até na Alemanha, com Werner Herzog em “Fitzcarraldo”.

Nascida em La Goulette, perto de Túnis, em 15 de abril de 1938, filha de uma francesa e de um siciliano, venceu por acaso um concurso de beleza ao qual não se havia inscrito, aos 17 anos.

A vida da “italiana mais bonita de Túnis” mudou então radicalmente, e ela foi convidada ao Festival de Cinema de Veneza, onde causou sensação entre os diretores.

Iniciou sua carreira atuando em filmes italianos, embora falasse mal a língua e com sotaque francês. Também falava árabe e siciliano.

– “A garota da valise se foi” –

Aos 22 anos, filmou “Rocco e Seus Irmãos” (1960) com Luchino Visconti, que um ano depois lhe deu um de seus papéis mais emblemáticos, o de Angelica em “O Leopardo”, ao lado de Alain Delon e Burt Lancaster, em 1963.

No mesmo ano estreou outra obra-prima do cinema italiano, “8½”, de Federico Fellini, em que encarna a musa do personagem principal, um diretor.

Frequentemente comparada a Brigitte Bardot, a morena “CC” e a loira “BB” trabalharam juntas em um filme, “As Petroleiras” (1971).

Também fez carreira nos Estados Unidos, com filmes como “A Pantera Cor-de-Rosa”, de Blake Edwards (1963), e “As Profissionais”, ao lado de Burt Lancaster.

Inesquecível em “Era uma Vez no Oeste”, filme cult ítalo-americano de Sergio Leone (1968), em que atuou ao lado de Charles Bronson e Henry Fonda, foi premiada com o Leão de Ouro em Veneza, em 1993, e com o Urso de Ouro em Berlim, em 2002.

“A garota da valise se foi, a Angelica de O Leopardo não abrirá mais o baile”, declarou à AFP Gilles Jacob, ex-presidente do Festival de Cannes.

“Era bela, simples, sem história, mas quando a câmera gravava, ela se iluminava com um sorriso e um olhar carinhoso que destacava sua voz rouca. Os grandes a magnificaram, ela os serviu e nós, nós amávamos ternamente essa pessoa delicada”, comentou.

Fonte: AFP

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