A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) ouve, nesta segunda-feira (8), o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi. Trata-se do primeiro ex-chefe do Ministério da Previdência a ser ouvido pelo colegiado.
Lupi estava à frente da pasta quando o escândalo de descontos a aposentadorias e pensões veio à tona. Diante da repercussão do caso e pressões para que entregasse o cargo, o então ministro da Previdência Social pediu demissão em maio deste ano.
Outros ex-ministros da Previdência e ex-presidente do INSS também devem ser ouvidos pelo colegiado, que já aprovou diversos requerimentos. A oitiva de Lupi, entretanto, dará o pontapé em nova fase nos trabalhos da CPMI, com a oitiva de um primeiro nome político.
Instalado em 20 de agosto, o colegiado se concentrou em ouvir técnicos e envolvidos nas investigações. Já foram ouvidos representantes da PF (Polícia Federal), CGU (Controladoria-Geral da União) e DPU (Defensoria Pública da União), além do advogado Eli Cohen.
À CNN, Lupi afirmou que está com a “consciência e alma tranquilas” para participar da comissão. A reunião com a presença de Lupi, na segunda-feira, é esperada em especial pela oposição, que busca atrelar as fraudes no INSS ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A comissão também tem previstas as oitivas dos empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, em 15 de setembro, e de Maurício Camisotti, em 18 de setembro. Ambos são alvo de investigação da PF.
A CPMI foi criada para investigar o esquema bilionário de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. No total, as entidades responsáveis pelos descontos teriam cobrado valor estimado em R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024. O caso foi revelado em abril após operação da PF e da CGU.
Fonte: CNN Brasil