O governo dos Estados Unidos decidiu revogar, nesta segunda-feira (22), o visto de entrada nos EUA do advogado-geral da União, Jorge Messias, refletindo uma crescente tensão nas relações diplomáticas entre os dois países. Esta ação se insere em uma série de medidas retaliatórias contra autoridades brasileiras, algo que pode impactar ainda mais o clima político atual.
Segundo informações da agência de notícias Reuters, outras cinco autoridades brasileiras também tiveram seus vistos revogados pelo governo de Donald Trump. Entre elas estão figuras próximas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como José Levi, ex-AGU; Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE; e três outros juízes auxiliares. Essas revogações sinalizam um endurecimento nas relações entre o Brasil e os EUA, que se tornaram particularmente tensas após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Jorge Messias não hesitou em criticar as ações dos EUA, descrevendo-as como “um conjunto de medidas unilaterais, totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas e econômicas edificadas ao longo de 200 anos”. Ele reafirmou seu compromisso com a independência do Sistema de Justiça brasileiro, demonstrando que pretende continuar exercendo suas funções apesar das pressões externas.
As sanções também se estenderam à esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, que foi alvo da Lei Magnitsky, usada pelos EUA para punir violações de direitos humanos e atos de corrupção. Este cenário se apresenta em um contexto de crescente animosidade, onde o governo Trump tem imposto uma série de restrições em resposta a ações do Judiciário brasileiro, incluindo a decisão de bloquear a rede social Rumble no Brasil.
Além de Messias, outros altos funcionários do governo, como o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o secretário do Ministério da Saúde, Mozart Júlio Tabosa Sales, também tiveram seus vistos revogados. Em contrapartida, ministros do STF como Luis Roberto Barroso e Edson Fachin já haviam enfrentado sanções anteriores.
A aplicação da Lei Magnitsky e a revogação dos vistos servem como um recado claro sobre os limites que os EUA estão dispostos a impor em suas relações diplomáticas, levantando questões sobre o futuro da cooperação entre os dois países em temas de interesse mútuo. A contínua troca de retaliações poderá impactar a dinâmica política e econômica entre Brasil e Estados Unidos, deixando um horizonte incerto para as relações bilaterais.
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